“Abigail”Acordei sentindo mãos fortes em meus braços e lábios quentes sobre a minha pele. O Martim estava cobrindo as minhas costas de beijos quentes e úmidos e passando suas mãos suavemente em mim. Aquilo era uma delícia.- Huuumm... esse é o meu novo jeito preferido de acordar. – Eu falei antes de abrir os olhos e senti o seu riso em minha pele.- E qual era o anterior? – Ele perguntou curioso.- Acordar com a cabeça no seu peito e a mão nesse seu abdômen trincado! – Respondi sem pensar.- Eu sabia! – Sua voz divertida soou no meu ouvido, seu hálito quente me deixando arrepiada. – Todas as vezes que dividimos a cama você se aproveitou do meu corpinho!- Ah, vou mentir pra quê? – Eu abri os olhos e me virei para encará-lo. Ele estava sorrindo. – Mas chamar tudo isso de corpinho é ofensivo, né, ursinho! Isso é um corpão, querido, e um corpão gostoso além da conta. – Ele deu uma gargalhada muito divertida e eu passei a mão pelo seu peito.- Eu disse que essas mãozinhas são gananciosas
“Abigail Zapata Monterrey”O Martim e eu passamos o dia na cama, nada do lado de fora daquele quarto nos importava. Eu só queria ficar em seus braços, ganhar os seus beijos e não pensar em mais nada. Mas à noite ele insistiu para que saíssemos para jantar.- Por que a gente não deixa pra sair amanhã, ursinho? – Eu perguntei enquanto pegava a sandália no armário para calçar.- Porque amanhã nós vamos voltar para a casinha. – Ele deu um beijo no meu pescoço e tirou a sandália das minhas mãos. – Ou você quer continuar aqui no hotel? Também podemos ficar.- Não, eu quero ir para a casinha. Eu gosto de lá! De frente para o mar. – Eu sorri e me sentei na cama. Ele se abaixou e calçou as sandálias em mim.- Então vamos sair, você vai gostar. – Ele se levantou animado e me puxou.Nós saímos do hotel e caminhamos um pouco, até um restaurante que ficava bem perto. Da outra vez em que estivemos aqui eu tinha notado esse restaurante, ele era pequeno, tinha uma varandinha cercada por grades baixas
“Martim Monterrey”Acordei na manhã seguinte sentindo as mãozinhas quentes da Abigail passeando por mim. Na noite anterior nós havíamos combinado de acordar cedo e tomar o café da manhã no restaurante do hotel, para não chegarmos tarde à casinha.- Como você quer chegar cedo na casinha e ir para a praia se me acorda desse jeito? – Eu perguntei antes de abrir os olhos.- Como você quer que eu resista a você dormindo nu ao meu lado? – Ela respondeu e eu ri.Eu adorava as suas respostinhas atrevidas, sempre gostei, desde o primeiro dia, quando ela fez aquela carinha de falsa inocência para me dizer que o suco mancharia a minha camisa.- Você sabe que me deve uma camisa, não sabe? – Eu me virei sobre ela.- De onde você tirou isso? – Ela perguntou e seus olhos brilhavam tanto que me deixaram sem fôlego.- Aquele seu suquinho gelado no dia em que eu te vi pela primeira vez. Manchou a minha camisa. – Eu respondi.- Foi culpa sua. E manchou o meu vestido. – Eu ri, nenhum de nós dois nunca ir
“Martim Monterrey”A semana na praia com a Abigail foi perfeita e deliciosa. Nós conversamos muito, tomamos sol e demos uns amassos na pedra, caminhamos de mãos dadas na praia ao entardecer, assistimos ao pôr do sol, fizemos amor no mar e a cabeceira daquela cama bateu tanto na parede que eu precisaria mandar consertar a parede e refazer a pintura.Se algum momento eu pensei que ir pra cama com a Abigail faria com que a tensão sexual entre nós se esvaísse, agora eu já começava a achar que transar com ela só fazia aumentar aquela tensão sexual. Ela era linda, perfeita e sexy, e eu começava a desconfiar que gostava mais de sexo do que eu. Aquela mulher era uma tarada. Perfeita pra mim!Mas ela também aprendeu de alguma forma a conseguir de mim tudo o que queria. Eu não podia dizer não a ela, era impossível. E foi por isso que ela me convenceu a acordar cedo em pleno domingo e voltar pra casa pela manhã, ao invés de voltar no fim do dia como eu tinha planejado. Agora nós estávamos tocand
“Magda Zapata”Ainda era manhã de segunda feira e aquele homem estava sentado diante de mim no lobby do hotel me dizendo que tinha feito o trabalho que eu encomendei e que eu havia jogado o meu dinheiro fora.- Sr. Salvador, o senhor está me dizendo que eles realmente se comportam como um casal? – Eu olhava para o detetive particular, um homem calvo, de bigode e óculos redondinho, que parecia mais um vendedor de livros do que um detetive.- D. Magda, eu estou dizendo que eles são o casal mais apaixonado que eu já vi na vida! E eu estou nessa de detetive particular há mais de vinte anos. Nem os amantes que eu já flagrei eram tão apaixonados quanto esses dois. – O detetive me olhava como se aquilo fosse algo admirável.- Mas não é possível! – Eu olhava as fotos da Abigail com o tal Martim e quase não podia acreditar.Em todas aquelas fotos eles estavam se beijando, abraçados, com olhares apaixonados um para o outro. Eu me perguntava em que momento aquela detestável havia deixado de gost
“Abigail Zapata Monterrey”O Martim e eu entramos no escritório de mãos dadas. Claro que a cobra da Maria Luiza já estava sentada na recepção lixando as unhas e quando nos viu chegar o olhar dela poderia ter me matado, pois era puro ódio.- Bom dia, Marilú! Senti sua falta no nosso casamento. – Eu me encostei no balcão da recepção e falei com uma simpatia fingida. – Mas o meu ursinho me contou que você foi muito gentil e ajudou a colocar todas aquelas flores lindas na casa pra mim.- É Malu! – Ela falou entre os dentes e meu sorriso se ampliou.- Pois é, Marilú, mas acredita que o meu ursinho achou que não estava a minha altura e me levou pra um hotel maravilhoso?! Menina, deixa eu te contar, um quarto lindo, todo arrumado especialmente para a nossa noite de núpcias. – Eu falei só para matá-la de raiva.- Nossa, Martim, mas eu me esforcei tanto. – Ela choramingou com ele.- Ah, Malu, mas eu queria algo ainda mais especial para a minha coelhinha! – O Martim entrou na minha e não contou
“Abigail Zapata Monterrey”Eu olhei para aquela coisinha desesperada em minha frente e pensei. Ela estava se esvaindo em lágrimas e era óbvio que eu não acreditava em nenhuma daquelas lágrimas falsas que ela derramava. No entanto, o meu pai me ensinou uma coisa, ele me dizia que nós deveríamos manter os inimigos por perto, pois assim poderíamos ficar de olho.Então eu pensei, se eu decidisse mandar a coisinha falsa embora, ela ficaria ainda mais zangada e aprontaria, estando fora das minhas vistas eu não poderia ficar de olho e me antecipar a ela, por outro lado, mantê-la ali era sinônimo de problema. Ai, como era difícil!- Abigail, por favor... – Ela começou a falar e eu não queria ninguém implorando nada pra mim, sempre achei que fazer as pessoas implorarem era sinal de soberba e eu não era esse tipo de pessoa arrogante.- Ai, para! Vamos fazer o seguinte, você fica, por enquanto, mas se você fizer mais uma gracinha, eu mesma te jogo na rua! Entendeu, Marilú! – Eu avisei e ela até
“Martim Monterrey”Eu estava em uma situação bastante difícil, eu entendia que a Abigail e o Emiliano eram grandes amigos, mas me incomodava saber que ela tinha sentimentos por ele. Ela estava comigo, nós estávamos nos dando bem e ela estava realmente interessada em mim. Mas eu não conseguia esquecer que ela o amava e quando ele falou dos problemas que estava tendo com a Camila, o que eu senti foi medo, medo que a Abigail tivesse esperança de conquistar o Emiliano, medo de que ela desistisse do que estava acontecendo entre nós.Mas parece que ela percebeu todos os meus medos e fez o meu coração se acalmar quando me garantiu que a pulseira não sairia do seu pulso. Eu a beijei, não apenas porque eu precisava senti-la, mas porque eu queria que o Emiliano visse que ela era minha e porque eu queria saber se ela recuaria porque ele estava ali diante de nós. Ela não recuou! Ela me beijou com a mesma intensidade, com o mesmo desejo.Eu começava a me dar conta de que eu queria ser mais para a