“Pilar Monterrey”
Eu comecei a trabalhar para não deixar meus pensamentos sobre o Emiliano com aquela mulher ficarem grandes demais. Eu tinha agido mal com os seguranças e tinha sido boba sobre o casamento, tudo isso eu já tinha entendido, mas o Emiliano poderia ter pelo menos me avisado que ia almoçar com aquela mulher e que eles eram amigos, aí eu não estaria sentindo como se as palavras daquele homem na recepção fossem se concretizar.
E como eu estava numa situação delicada aqui por causa dos meus últimos deslizes, eu sabia que eu precisava agir de forma ponderada ou todos continuariam me tratando como a mimadinha da família, então eu fiz o meu trabalho, concentrada e sem chorar. Já passava do meio da tarde quando o Martim se debruçou sobre a minha mesa, tirou os fones dos meus ouvidos e me encarou bastante sério.
- O Silas precisa comer, Pilar, e você também. – O Martim me repreendeu. Era a minha sina, sempre ser repreendida. Eu olhei para o relógio do computador e encarei o Silas