Naquela hora ela se arrependeu amargamente do que fez, de acreditar naquele homem e percebeu que agora estava sozinha e não tinha mais para onde ir, se voltasse para casa de seus pais , só iria ser mais humilhada, então decidiu deixar aquela cidade e ir para bem longe.pegou sua mala e com o envelope em mãos foi para o ponto de ônibus que ficava na saída da cidade.
Alicia se encontrava Desolada, decepcionada, triste e arrependida, ela custa acreditar que foi tão fácil de ser manipulada por aquele cara, pela primeira vez ela acreditou que o amor era cego, que seus pais estavam certos e que ela foi muito idiota mesmo, agora era tarde.
_Eu não tenho coragem de voltar para casa e encarar meus pais. Disse ela para si mesma. Nessa hora o ônibus parrou e ela entrou indo em direção ao desconhecido.
Foram mais de dois dias de viagem até a parada final, durante o trajeto, ela conheceu varias pessoas e escutou varias histórias de vida dos outros passageiros, desses passageiros ela ficou mais próxima de um casal de idosos, aos quais contou sua história, tirando um peso de seu ombro, a senhora se compadeceu da sua dor e lhe deu um cartão de recomendação de trabalho, quando chegasse a cidade procurasse no endereço e ela lá teria uma oportunidade de trabalho e de recomeçar sua vida.
Alicia ficou muito agradecida e quando chegou na cidade, tudo era diferente de onde nasceu e viveu até quase seus 18 anos, Onde estava agora tudo era diferente, grande, movimentado e barulhento. Ela parou um táxi e o pediu para que levasse até o endereço do cartão.
Ao chegar lá ela o conferiu duas vezes para ter certeza, o moço do táxi disse que não havia erro ,era ali mesmo. Ela pagou o táxi e olhou mais uma vez para aquela mansão enorme que estava a sua frente, tocou a companhia do portão e o homem lhe atendeu.
_O que deseja?.
_Eu vim até aqui atras de trabalho, eu tenho esse cartão e essa carta da senhora Bernadethe._ Disse ela.
O moço a olhou e a deixou entrar, pedindo para que outro homem a acompanhasse até a cozinha da mansão e a deixou com a governanta Maria.
¬_Mocinha como conhece a senhora Bernadethe?_ Perguntou a governanta.
_Eu viajei com ela durante dois dias.
_Entendo! Se ela lhe entregou uma carta de recomendação deve ter gostado de você, ela trabalhou aqui durante mais de 30 anos e viu nosso patrão nascer e crescer, foi uma surpresa quando ela pediu demissão, o patrão gostava e cofiava muito nela, ele não queria que ela fosse embora, só que ela disse que era necessário e queria curtir a sua aposentadoria,não restou outra escolha para nosso patrão a não ser aceitar a demissão dela e agora você foi recomendada por ela.
_Então, eu vou poder trabalhar aqui?.
_Acho que não terá problema,vamos só confirmar com o patrão, você só tem 17 anos não é isso ?
_Sim senhora!. mais farei 18 daqui a alguns dias.
_Vamos preparar tudo senhorita, me acompanhe!.
a governanta a levou até um quarto de empregada e a pediu para se lavar e vestir-se de forma mais formal, pois se encontrariam com o patrão.
Assim ela fez, arrumou-se, colocou pouca maquiagem e vestiu-se como de costume, pois seu pais não a deixava usar maquiagem pesada e nem roupas que mostrasse suas pernas ou usasse cabelo solto.
A governanta Maria abriu a porta e perguntou se ela já estava pronta, Alicia disse que sim.
_Senhora como se chama o patrão mesmo?.
_Senhor Álvaro Cadelha, lembre-se disso.
Maria a levou até aporta do escritório de Álvaro e falou:
_Fique aqui irei anunciar você.
Maria entrou e Alicia ficou esperando fora do escritório, ela aproveitou para olhar a vista, pois dava para ver o jardim através dos vidros.
_Garota você pode entrar, eu expliquei a sua situação ao patrão, só que ele quer-lhe falar a sós. _Disse-lhe a governanta Maria, Alicia estava ficando nervosa, ela se encontraria com um homem que nunca conheceu e esse seria possivelmente seu patrão. Ela abriu a porta pedindo licença, o homem virou se girando a grande cadeira ao qual estava sentado e ficou frente a frente com ela, Álvaro não era o que Alicia esperava, ela achava que ele era um senhor , que pelo menos tivesse 50 anos, mais o que ela não esperava era que ele seria um rapaz jovem.
_Alicia não é isso?. Perguntou ele.
_Sim senhor.
_Então sente-se senhorita Alicia.-Pediu ele.
Alicia assim fez, ele estava com a carta de recomendação em mãos e a olhava tentando decifra-la.
_Pelo que a governanta me falou, a senhorita conheceu Bernadethe em uma viagem correto?.
Alicia não falou somente meneou a cabeça em afirmação.
_Como ela estava?._perguntou o homem.
_Ela parecia bem, me disse que estava conhecendo lugares novos .¬_Respondeu-lhe ela.
_Você chegou a ler essa carta?.
_Não senhor!.
_Não leu?._Insistiu ele e ela só negou com a cabeça.
Então ele a entregou e pediu que ela lesse em voz alta, a carta dizia o seguinte:
“Menino espero que esteja bem, eu estou bem não precisa se preocupar comigo viva sua vida, eu vou mandar uma triste garota que esta precisando muito recomeçar a vida, eu gostei muito dela e me compadeci , por isso eu espero que faça esse favor para uma velha amiga sua, não se preocupe, pode confiar nela e faça com que ela confie em você também , eu gostaria que desse um trabalho para ela, pode ser aí na mansão ou em uma das suas empresas , cuide-se menino, eu te adoro .
Da sua querida Bernadethe”.
_Eu reconheci a letra dela, então tenho certeza que é de Bernadethe, mas como ela falou você ainda é menor de idade e de dar um trabalho seria ilegal no momento._Falou Álvaro para Alicia que respondeu com os olhos cheios d'agua.
_Eu sei senhor, mais farei 18 daqui a alguns dias, me deixe ficar trabalhando, eu acabei de chegar de outra cidade, não conheço ninguém aqui e preciso muito de trabalho.
_Não se preocupe, não negarei um pedido de uma velha amiga minha,só que até lá terá que trabalhar informalmente.