Faltava um dia para o feriado nacional, e Elizabeth ainda não sabia o que faria...em outros tempos estaria planejando mil e uma coisas, já teria as malas prontas se necessário e avisado aos familiares com antecedência. Mas não tinha planos. Havia chegado ao trabalho, e como de costume se instalou em sua sala. Era metade do mês, e como já haviam feito o fecho de contas, não tinha nada para fazer, até sua presença lá era simbólica. — Oi pai, soube que foi até a delegacia ontem. Queria agradecer por isso, e por ter decidido ficar do nosso lado. — Se sentido feliz, Elizabeth gravou um áudio... só queria que ele soubesse que apreciava aquele gesto. — Lizy. — Cléo saudou adentrando sua sala. — Como passou a noite? — Inquiriu logo em seguida. Segundos depois já estava sentada de frente para ela. — Bem e você? — Elizabeth retribuiu. — Feliz da vida. — Cléo cantarolou. — Estava tomando café com o seu irmão,
— Pensei que não fosse mais voltar. — Cléo comentou assim que sua Elizabeth passou pela porta. — Como foi? — Curiosa, perguntou.— Eles ainda não sabem muita coisa, mas parecem estar em um bom caminho.— Elizabeth respondeu.— E a Clara?— Perguntou.— Senhora Miranda ligou, parece que precisava de ajuda com algo. E Clarinha foi correndo.— Cléo relatou esperando que o contratempo com a mãe, não afetasse seus planos.— Hm. — Elizabeth balbuciou.— Ela sempre foi assim? — Cléo perguntou um pouco depois. — Digo, doce e devota, e as vezes amiga — Lembrando do que lhe disse Theo, reformulou. — E claro, chata, muito chata — Acrescentou.— Sempre, principalmente com a mãe.— Elizabeth respondeu com orgulho.— Sei que estamos sempre nos estranhando e até parece proposital, mas eu amo demais aquela loira sem sal. — Cléo comentou. — Mas ela é tão rabugenta, que não me deixa aprecia-la em condições. Quando eu acho que estamos bem, ela arranja alguma coisa para que me chateie. — Reclamou.— Ela conse
O ambiente em casa de não estava envolto em uma densa nuvem escura, mas também não parecia estar chovendo arco íris... com esforço para recuperar alguma da animação que tinham,o trio conseguiu se divertir no que sobrou da noite.Clara e Cléo interagiam, mas ainda havia uma tensão invisível pairando sobre elas. Elas se esforçavam para fechar a ruptura a muito tempo abertas, mas naquela noite, ela parecia pior... Mas durante a madrugada, quando já haviam comido doces suficientes, sorriam como se não tivesse acontecido nada. Como crianças inocentes que sabiam perdoar com bastante facilidade, então Elizabeth orou para que fossem sempre assim.Comeram doces, salgados, beberam refrigerante, cantaram músicas antigas e outras novas assistiram a um romance e depois partilharam ideias.Cléo contou que pretendia fazer uma viagem nas próximas férias e talvez começar a pensar em abrir um ateliê de moda.Clara não tinha muito a ser partilhado, então confidenciou que se por um lado sua mãe estava
Fazia tempo que a família d'Almeida não se reunia ou passava um tempo de qualidade...mas naquele dia, e como se estivesse tudo normal suas vidas, Anderson decidiu que faria uma churrasco para a família.Inicialmente, Theodor não achou uma boa ideia, mas seu pai o convenceu dizendo ser uma boa forma de deixar as mágoas para trás e recomeçar como família, então ele aceitou.E quando Donavan chegou, a churrasqueira já estava pronta. Theodor e Anderson tratavam dela, Elizabeth tratava dos restante acompanhantes e Ana colocava a mesa...ao advogado só restou tratar das bebidas.— Anderson, como vai a clínica? — Donavan perguntou antes de capturar um batata de seu prato. Usava óculos de sol, e roupas que remetiam a descontração.— Bem. Estou pensando em expandir para outras áreas, talvez até fazer uma parceria com uma farmacêutica. — Anderson abanou o garfo enquanto falava.— Se precisar de conselhos jurídicos, sabe onde encontrar. — Ofereceu. Anderson assentiu agradecido.— Pode cobrar, dep
Bem diferente do planejado, o feriado de Clara não foi a tranquilidade toda com que sonhou..ficaria em casa, abraçada a sua mãe, cozinharia e talvez conversassem, porque continuar em silêncio, acabaria lhe matando.Mas as coisas não saíram como queria...ao invés de um dia com a mãe, brigaram. E mais tarde Clara se arrependeu de onde seus pés a levaram. — Desculpa o atraso Clara, mamãe me levou para correr e acabamos perdendo a hora. — Retirando os fones de ouvido, Kimberly pediu assim que se aproximou. Acabava de chegar de uma corrida por três quarteirões, ainda usava a roupa de treino, estava suada e ofegante. — Tudo bem, não cheguei a tanto tempo. — Clara replicou. — Se quiser ir se trocar, esteja a vontade. — Sugeriu.— Obrigado, não vou demorar. Vou pedir que sirvam o café, tudo bem? — Questionou ao que Clara assentiu movendo a cabeça. — Então, já volto. — Falou.Tomaria um banho rápido, ligaria para o noivo e só depois voltaria para falar com a cerimonialistas.Aproveitando a
— Ele disse que minha mãe estava sendo chantageada e que tinha um motivo para isso. Eu me perguntou o quanto ele a conhecia para afirmar isso. E ainda disse que eu não a conhecia bem...isso me deixa tão chateada, eu pensei que pudéssemos ser amigos, mas me deixou tão irritada que só quero explodir a cabeça dele. — Acelerada, Elizabeth desabafou.— Querida fique calma... Allarick não disse que sua mãe fez alguma coisa errada, mas que o seu tio contou que ela estava sendo chantageada. Não é a mesma coisa. — Cléo falou. Atendeu a chamada, ouviu Elizabeth despejar tudo o que sentia, então só lhe restou tentar iluminar a cabeça que parecia nublada.— Cléo não tem isso de chantagem, não é possível! Falei o mesmo para o Allarick, mas ele parece ter perdido a cabeça. — Elizabeth rebateu fazendo mais e mais gestos acelerados. Cléo suspirou.— Entendo que esteja com raiva meu docinho, afinal é sobre a sua mãe...mas você não pode se irritar com o detetive pelas coisas que ele disse. Esse é o
Decidida a ouvir a versão do tio, Elizabeth deixou o carro junto a calçada, atravessou a rua pouco movimentada, um toque na campainha e a porta foi aberta.— Pois não. — Falou a mulher tão logo abriu a porta. Seu nome era Jenna, gostava de usar ternos femeninos como o cinzento que naquela momento usava, suas madeixas negras estavam sempre perfeitamente organizadas, e tinha uma postura ereta. Possuía um olhar confiante e um ar de pura elegância e nobreza.— Oi. Estou procurando meu tio. — Confusa quanto a presença da mulher na porta, Elizabeth anunciou checando discretamente a placa da casa...não havia errado o endereço.— Deve ser a Liz. — Lhe reconhecendo das fotos que Donavan tinha na sala, Jenna comentou esboçando um pequeno, porém, caloroso sorriso. —Te levo até ele. — Anunciou lhe guiando até a sala. Elizabeth não se incomodou, mas ficou curiosa sobre quem era ela e porquê andava tão livre pela casa do tio. — Tem visita, Don. — Jenna proferiu para o homem de frente a lareir
— Sério, o que ela queria? — Elizabeth perguntou sabendo o quanto Kimberly era um assunto complicado para o irmão... — Conversaram? — Disparou esperançosa. — Ver Naninha. — Theo respondeu antes de desligar a televisão. — E sim, nos conversamos.— Acrescentou dedicando toda a sua atenção à irmã.—Então? — Elizabeth incentivou ainda mais curiosa.—Theo, você sabe o quanto sou curiosa...não comece a falar, e depois fique quieto. — Pediu lhe chacoalhando levemente.— Pedi que largasse o noivo e fugisse comigo.— Theo respondeu. Elizabeth fechou a cara assustada. — O que mais poderia ser, Liz? Conversamos sobre o passado, esclarecemos as coisas e deixamos as mágoas de lado. — Esclareceu.— Isso quer dizer que não está chateada com ela por estar se casando? — Perguntou a menor. — Não, e sinceramente acho que nunca estive. — Theo respondeu. — E conversar com ela me ajudou a ver isso...ela merece essa felicidade. — Relatou.— Então, viramos a página? — Apoiando momentaneamente o queixo no om