ANA
Depois de beijar Rafael intensamente, o deixei na varanda e voltei para meu quarto. A marca estava mexendo com minha cabeça. Por um momento, senti suas emoções tão cruas, tão próximas, como se fosse eu mesma sentindo todas aquelas coisas, e não ele.
Isso me assusta.
Agora posso dizer com certeza que Ricardo não consegue perceber o que se passa dentro de Rafael, porque eu consigo. Somente eu consigo.
Colocando o cabelo atrás das orelhas, peguei o celular que vibrava sobre a cama. Natália tinha ligado pela milésima vez, mas eu não atendi.
Tenho evitado ela e Diana. Não quero que elas descubram a bagunça que está na minha cabeça. Finalmente teriam uma chance única na vida de me chamar de idiota.
Suspiro, recusando sua ligação novamente. Meus olhos se voltam para a janela aberta quando o ar frio toca minha pele. Tremo levemente, meu olhar caindo sobre a cama e o edredom.
E agora? Como vou convencer Rafael? Como se convence alguém a não odiar o mundo? Eu mesma não acredito que este mund