- Mas... Ele já prometeu que contaria a verdade sobre vocês algum dia, não é mesmo?
- Sabe quantas vezes já passei por isso, Babi?
- Sei... Eu sei – o abracei novamente e ele deitou a cabeça no meu ombro. – Claro que o certo seria eu dizer que vou lutar por ele. Mas o que importa? Eu nunca ganho no final.
- Não pode jogar a toalha assim, Ben.
- Estou jogando antes mesmo de levantá-la. Eu cansei...
Ele me largou e foi para o quarto. Fiquei ali, com a louça pela metade, ainda sentindo a dor do meu melhor amigo, misturada à minha.
Por isso eu não queria mais amar. Porque o amor era uma porra que trazia muita dor.
Tranquei a porta, com medo daquela louca voltar e fui para o banheiro. Liguei o chuveiro na temperatura mais quente que tinha e deixei o vapor tomar conta do banheiro enquanto eu retirava minha roupa.
Nunca precisei tanto de um banho quente na minha vida. E era ali, debaixo do chuveiro, que eu podia deixar as lágrimas caírem sem que ninguém visse, nem eu mesma.
A porta se abriu