No minuto em que ficou sozinha de novo no telhado, Eden voltou a chorar. E chorou ainda mais forte do que antes, o vento uivante e o fluxo constante de carros dez andares abaixo abafando seus soluços.
Ela tinha dito a Liam que queria ficar sozinha, mas a verdade é que ficaria feliz com a companhia dele, a qualquer momento do dia ou da noite, por causa desse sentimento de solidão que a corroía.
"Controle-se", Eden disse a si mesma. Mas não conseguiu. Ela não sabia como.
Eden tinha vinte e seis anos e um filho. O divórcio dos pais não deveria afetá-la tanto. Mas afetava, e de uma maneira que ela nunca teria imaginado, ou jamais teria desejado a ninguém.
Talvez tenha sido a rapidez de tudo ou a total aleatoriedade, mas o anúncio de seus pais devastou seu mundo além da medida e destruiu todas as ilusões que ela tinha sobre amor, relacionamentos e família.
Sim, sua família era disfuncional, para dizer o mínimo. Mas havia uma sensação de segurança, de lar, de confiança nessa disfunção.