Passo o dia escutando a minha mãe cantar enquanto cuida das rosas, o cabelo ruivo dela esvoaçava pelo vento, o que a deixava ainda mais bonita, não havia muito para fazer em casa. Ou melhor, não havia dinheiro para se fazer alguma coisa, às vezes era bom apenas me sentar sobre a grama, e escutar a voz da minha mãe flutuar pelo ar.
— Mamãe — Eu a chamo gentilmente — Por que você está cantando com essas palavras esquisitas?
Ela se vira para mim, e solta uma risada gentil.
— Não são palavras esquisitas meu amor, é que estou cantando em francês.
A olho incrédula, sem entender muito bem.
— Então não cante — Peço — Eu não consigo entender nada do que você está dizendo nessa língua esquisita!
— Querida — Ela se senta ao meu lado e acaricia o meu cabelo, passando os dedos entre os fios — Não diga assim, saiba que francês é uma língua muito bonita.
— Mas eu não entendo nada! — Digo emburrada.
Minha mãe acha graça.
— Ora meu amor, pois deveria entender — Ela diz — Porque um dia... irei te levar