“Manuela”Eu confesso que também estranhei o que o delegado disse, pois a Rita tinha algum dinheiro guardado, disso eu sabia, e tinha a casa que o meu pai deixou pra ela no divórcio e que valia um bom dinheiro. Mas o delegado Albano sorriu como quem tem um trunfo na mão.- Ah, mas na verdade nem isso ela tem, Manuela. – O delegado Albano falou e nós todos nos viramos para ele. – O Juliano esteve aqui com um tabelião, ela assinou uns documentos para ele vender a casa e o carro para pegar o melhor advogado pra ela. Só que eu fiquei sabendo que o Juliano vendeu tudo e foi embora da cidade, sem pagar o advogado.- Isso é mentira! Mentira, meu filho não faria isso comigo! – A Rita gritou em direção ao delegado, que se levantou e foi até a porta, chamou alguém do lado de fora e quando a pessoa entrou fechou a porta.- Doutor, onde está o Juliano? Eu mandei ele vender a casa e o carro, comprar uma casinha menor e usar o resto do dinheiro para te pagar pra me tirar daqui. – Rita olhava para o
“Manuela”Voltamos para casa e eu voltei para a minha rotina, casa, trabalho, faculdade. Só uma coisa ainda não tinha voltado ao normal, o Flávio ainda não tinha voltado a me tocar, ele se desdobrava em atenção, mas dizia que eu estava machucada e que esperaria eu me recuperar totalmente antes de voltar a me tocar, mas eu estava morrendo de saudade de sentir o corpo dele no meu, eu precisava pensar em algo para mudar isso.- Pois é, Lisa, eu preciso pensar em alguma coisa. – Eu estava pedindo ajuda a Lisa para seduzir o Flávio quando o telefone sobre a minha mesa tocou.- Grupo Mellendez, presidência, boa tarde! – Atendi feliz por voltar a fazer isso.- Manuzinha na área? – Ouvi aquela voz brincalhona e eu estava com saudade dele.- Pat! Que saudade! Quando você volta? – Olhei de relance e vi a Lisa perder a cor. Ela parecia morrer de medo do Patrício. Ela se levantou e caminhou em direção a sua sala, com os ombros caídos e um caminhar desanimado.- Daqui a duas semanas, Manu. Vocês e
“Manuela”Voltei para a minha mesa pensando em como convencer o Flávio de que eu estava bem e que nossa vida poderia voltar ao normal, eu sentia falta do corpo dele. Mal me sentei e meu celular tocou, olhei a tela e o nome que brilhava era do meu delegado.- Oi, grandão! Estava pensando em você! – Atendi feliz em falar com ele.- Minha baixinha, que bom ouvir isso. Está sentindo a minha falta? – Ele parecia relaxado.- Você nem imagina o quanto! – Suspirei bem alto o fazendo rir.- Baixinha, você é impossível! – Flávio ria de mim.- É amor demais! – Concluí e ele gargalhou.- Você sabe que eu te amo muito também. Minha baixinha, preciso de você em casa cedo hoje, dá para faltar a faculdade? – Eu logo me empolguei com a sua pergunta. Será que ele ia me tirar do castigo?- Por você sempre dá, grandão! – Eu estava me insinuando pra ele descaradamente.- É bom saber! – Ele riu. – Estou feliz que o semestre esteja acabando e você vai estar em casa mais cedo por quase dois meses.- Eu també
“Manuela”O Flávio tinha sido tão atencioso organizando aquela surpresa pra mim com os resultados do exame de DNA, mas ele era sempre atencioso, me surpreendia como ele sempre pensava em cada coisinha, por mínima que fosse. Mas essa noite eu estava decidida a pegá-lo de jeito, eu estava sentindo falta dele, da nossa intimidade, mas ele estava excessivamente cuidadoso desde que voltamos para casa. Eu ainda tinha alguns machucados pelo corpo e alguns roxos ainda estavam esmaecendo, mas isso não era nada demais.Hoje à tarde, depois que falei com ele, eu fui a uma loja de lingeries perto do escritório e comprei uma camisolinha absurdamente curta, ela era um tom de cereja e tinha um decote enorme nas costas, vinha com uma calcinha indecente da mesma cor. Então, antes de me deitar, disse ao Flávio para esperar acordado, pois precisava falar com ele e me tranquei no banheiro, me preparei, tomei um banho, me perfumei e vesti minha lingerie nova. Eu tinha certeza de que o meu delegado não res
“Manuela”Pensei por um momento e me lembrei de uma coisa, fui depressa até o closet e tirei a peça do fundo de uma gaveta, era uma camisola de flanela bem comportada, dessas com mangas curtas, botões na frente e bolsos na altura das coxas, a camisola ia até o joelho e era estampada com pequenas flores, peguei uma calcinha que combinava, do tipo calçola, e me vesti, nenhum homem acharia aquilo atraente. Mas ainda faltava um detalhe, peguei uma touca de dormir que eu não usava mais há muito tempo, ela era rosa e tinha uma faixa de amarrar de modo que na testa eu fazia um laço enorme. Eu estava pronta, ele que lutasse para acabar com o meu mau humor, mas depois de me ver assim, certamente passaria um mês nos plantões noturnos da delegacia.O Flávio me olhou de cima a baixo quando entrei no quarto. Eu tive que lutar contra a minha vontade de rir, então fiquei me lembrando de que estava chateada com ele por ter dormido, sendo que eu havia pedido para esperar.Ele se levantou e veio em min
“Flávio”A vida finalmente estava voltando ao normal, minha baixinha agora estava segura, feliz e cheia de ideiazinhas para me seduzir o que era muito bom pra mim. Como a Lisa passou o fim de semana na casa do Rick, eu aproveitei para ficar grudado com a minha baixinha e a única roupa que ela usou foi aquela camisolinha vermelha que ficou um espetáculo nela.Agora, eu só estava preocupado com a Lisandra. Eu andava muito preocupado com a proximidade dela e do Rick, os dois não se largavam mais. Ela me jurava que eram só amigos, mas eu não estava confiando muito nisso. E isso me preocupava porque eu sabia que o Rick ainda estava sofrendo com a separação, no fundo, ele ainda tinha esperanças de voltar com a Taís e a minha irmã acabaria sofrendo caso se envolvesse com ele. Mas ela não me dava ouvidos.Outra coisa que estava me incomodando eram os meus pais, desde que rompi com o meu pai eles estavam me infernizando. Ficavam ligando o tempo todo, mas eu deixava suas ligações caírem na caix
“Flávio”Desde que a delegada Mariângela esteve na delegacia hoje eu fiquei introspectivo. A Sabrina mentiu pra mim a vida inteira, me enganou como poucas pessoas no mundo conseguiriam e ainda tinha a história dos abortos, que eu acabei deixando de lado por causa de toda a situação com a Manu. Porém, a Sabrina estava atravessada na minha garganta. E tudo era tão absurdo, tão ultrajante que eu fiquei engasgado com a história.- Pai, já falei que não vou me meter, o Flávio teve motivos de sobra para romper com você! – Eu estava sentado no sofá com o notebook no colo e vi a minha irmã entrar em casa falando ao celular. – Não, pai, eu não vou falar com ele por você, nem mesmo se você prometer me devolver tudo o que me tirou quando eu saí de casa, nem mesmo pelo carro, aliás, eu nem preciso dessas coisas. – Lisandra parecia bem impaciente, ela ouviu por um momento. – Não, pai, eu não vou me meter nessa história. Se você está arrependido se desculpe com ele e não me pergunte como, pois eu n
“Flávio”Em vinte minutos a Sabrina entrou radiante na sala de visitas da casa dos pais. Ela parecia já ter bebido um pouco demais, fedia a cigarro e usava um vestido roxo muito curto e uma maquiagem pesada demais.- Olha, o meu maridinho se lembrou de mim. – Ela falou com a voz animada e eu me levantei.- Não sou seu marido! Fui, assim como fui um imbecil que acreditou em você. Você me fez de idiota, Sabrina, mentiu, me enganou, me traiu. Eu só queria saber por quê, por quê você me deu o pior de você quando eu sempre te dei o meu melhor? – Eu realmente sentia um gosto amargo na boca, o gosto da decepção, pois por mais que ela não significasse nada mais para mim, ela fez parte da minha vida.- Do que você está falando, Flávio? Não me diga que é sobre os papéis do divórcio de novo? – Sabrina se sentou de frente pra mim e me encarou ao cruzar as pernas.- Também. Mas eu estou falando dos abortos, Sabrina. Foram quatro, mas eu só quero saber dos três que você fez quando estávamos casados