CARMINE
É meia-noite. Ainda estou chorando.
Menti para os meus pais que estou com dor de cabeça. Eles não acreditaram, mas não insistiram.
Meu telefone vibra na minha mão, o número de Kaio atrapalhando eu passar as fotos de Raoul e eu.
Penso em não atender, mas acabo cedendo.
— Que demora. Eu já estava com o dedo no enviar vídeos.
— O que você quer?
— Que voz estranha! Está chorando? Isso significa que terminou com ele.
— O que quer? — repito.
— Confirme, por favor, antes que eu envie o vídeo.
— Foda-se, Kaio. Terminei, porra!
Ele ri.
— Boa garota!
— Mais alguma coisa, imbecil?
— Por enquanto não.
— Então, vá se foder.
Desligo o telefone e termino de virar a noite chorando. Em algum momento eu durmo entre lágrimas.
Quando acordo, o café está sobre a mesa com um bilhete dos meus pais desejando que eu esteja bem e dizendo que foram para a sorveteria.
Tomo café sozinha. Isso é bom. Preciso pensar. Eu não vou conseguir me afastar de Raoul, muito menos vou conseguir ser apenas sua amiga. S