Capítulo 58. Aos pedaços
Nos últimos dias, minha vida tinha virado um inferno. Saber sobre Carlos e tudo mais, as inúmeras fotos que Juliana postava mostrando um passado com Augusto, e, acima de tudo, a minha decisão de não dormir no mesmo quarto que ele.
Eu sentia falta. Não conseguia dormir nem com remédio e me revirava na cama, trabalhando à base de café, com mais dedicação, tentando destruir Carlos, sem nem saber como.
Não tinha percebido o quanto havia me tornado dependente da minha rotina com Augusto, o quanto precisava dele me enchendo o saco às cinco da manhã, reclamando cheiro da minha comida que ele não consegui resistir.
E agora, ali, o beijando com sofreguidão, com saudade e desejo, eu queria acreditar que ele se sentia da mesma forma, que essa coisa entre nós era recíproca.
Mas eu não podia me entregar assim tão fácil, só com um beijo, com apenas um toque.
— Não. — Me desgrudei dele, o suficiente para respirar e falar.
— Por que não...? — Ele perguntou, beijando meu pescoço. Eu nem sabia como