A última vez que Poliana falou durante o sono não foi um caso isolado.
Desde que adoeceu, dos trezentos e sessenta e cinco dias do ano, em trezentos deles ela sonhava todas as noites. Sempre que seu estado emocional estava muito abalado, bastava adormecer, mesmo durante uma viagem no carro, para começar a sonhar. E se sua mente estivesse muito agitada antes de dormir, era muito provável que falasse enquanto sonhava.
Nesses dois anos, embora Gustavo não tivesse voltado, Bárbara ocasionalmente vinha fazer-lhe companhia. Bárbara disse que, das dez vezes em que estiveram juntas, Poliana falou durante o sono em cinco delas.
Ela tinha tanto medo de dizer algo inapropriado enquanto sonhava que, nos últimos dois anos, raramente passava a noite na casa de sua avó.
Desta vez, carregando tantas emoções, Poliana desmaiou, e cenas diversas se entrelaçaram e colidiram em sua mente. Sonhos reais, exagerados, absurdos... De todos os tipos, passaram incessantemente por sua cabeça.
Até que seu corpo pe