Otávio continuava a observá-la, falando de forma lenta e deliberada:
— O Breno costuma levantar a mão contra as mulheres quando acha que elas agiram de maneira inadequada. Se você não se sentir à vontade no meu carro, posso te levar até a empresa dele. Eu preciso passar lá para pegar umas coisas. Você vai, pede desculpas e, com uma postura mais humilde, tudo deve se resolver.
As mãos de Bárbara ficaram rígidas, e ela respirou fundo antes de sorrir levemente para ele.
— Sr. Otávio, posso lhe fazer uma pergunta?
— Sr. Otávio? — Otávio arqueou novamente a sobrancelha, parecendo intrigado. — Pergunte.
— Ajudar um amigo em um momento de dificuldade conta como um erro?
— Não. — Um leve sorriso surgiu no rosto de Otávio. — Isso é uma virtude muito nobre.
Bárbara assentiu com a cabeça.
— Eu também acho. Por isso, depois que encontrar a Poli, vou terminar com o Breno.
As palavras de Bárbara fizeram os olhos de Otávio tremular por um breve momento, e, em seguida, ele engoliu em seco, seu sorriso