Essa forte nevasca fez com que Artur Vasques voltasse a cair em febre alta e perdesse a consciência.
Vendo-o chamar repetidamente o nome de Lívia Prado em meio ao delírio, o assistente ao lado acabou cedendo à compaixão.
Passou a noite inteira acionando contatos e favores, só para pedir que Lívia fosse ao hospital vê-lo uma única vez.
Mas, no fim, tudo o que recebeu foi um gravador enviado por um empregado da casa Navarro, a mando de Vítor.
O quarto estava silencioso. Apenas Artur, sozinho.
Ele encarou o gravador por um longo tempo antes de finalmente apertar o botão de reprodução.
Após alguns segundos de chiado, a voz de Lívia invadiu diretamente seus ouvidos.
O tom dela era levemente sarcástico:
— Se algo não tivesse acontecido com a Luana, talvez eu nunca recebesse esse pedido de desculpas dele, nem mesmo quando morresse.
— As pessoas são assim, só reconhecem a verdade quando ela vem à tona, só se arrependem depois de perder. Mas eu não preciso desse arrependimento tardio. Também nã