Lívia Prado costumava, quando ainda o amava, fantasiar sobre os filhos que teria com ele.
Se fosse uma menina, ela queria mimá-la até que se tornasse a princesinha mais feliz do mundo.
Se fosse um menino, faria de tudo para que crescesse e se tornasse tão incrível quanto Artur Vasques.
Quando falava sobre isso, os olhos dela brilhavam intensamente.
Chegou até a desenhar várias imagens de como imaginava que seria o rosto dos futuros filhos dos dois.
Mas, no momento em que entregou os desenhos para ele, Artur os rasgou friamente e jogou todos na lareira.
Disse, com a frieza de sempre, que ele podia ter filhos com qualquer mulher, menos com ela.
Mandou que parasse com aqueles sonhos ridículos e sem sentido.
Ao lembrar disso, uma expressão amarga passou pelo olhar de Artur.
No passado, era ela quem se agarrava ao braço dele enquanto falava sobre esses sonhos.
Agora, quem queria ter filhos com ela, quem sonhava acordado, era ele.
Foi então que alguém bateu à porta do escritório.
— Senhor, o