CAPÍTULO 0005
O tapa foi tão forte que Lívia Prado caiu direto no chão.

Seu rosto inchou na hora, e até sangue escorreu pelo canto da boca.

Seus ouvidos zumbiam.

Ela não conseguia ouvir nada. Nem ver nada.

Com as mãos trêmulas, levou os dedos ao rosto. No instante em que tocou a marca da bofetada, as lágrimas que estavam presas nos olhos jorraram sem parar.

Foi a primeira vez que Artur Vasques bateu nela.

Mas antes que pudesse reagir, ele já havia sumido pela porta.

Lívia respirou fundo, levantando-se com dificuldade e correndo atrás dele.

Estava com medo. Medo de que Luana Costa sofresse o mesmo destino trágico da vida passada.

BOOOM!

Trovões estrondosos vieram junto com uma chuva intensa que lavava o mundo.

No meio da tempestade, Artur abraçava Luana com força, sem deixá-la escapar.

Ela se debatia, desesperada:

— Hoje era o dia mais importante da minha vida… e ela faz uma coisa dessas! Como você quer que eu fique naquela festa? Se ela ainda sente algo por você, então… que fique com você! Eu não quero disputar com uma garota!

Mas Artur a segurava cada vez com mais força:

— Não, Luana. Eu nunca vou amar a Lívia. Você sabe há quanto tempo eu gosto de você. Me entregar a outra seria como arrancar meu próprio coração!

Enquanto dizia isso, inclinou-se para beijá-la.

Mas, no instante seguinte, um farol de carro iluminou violentamente a cena.

De longe, a Lívia acabava de chegar, e só viu sangue por todos os lados, ela congelou no lugar!

Na sala de emergência, a luz vermelha acesa.

Médicos se aglomeravam em volta de Artur, conectando equipamentos às pressas.

Mas ele, mesmo ferido, insistiu para que salvassem a Luana primeiro.

— Mas, senhor Vasques, quem está em estado mais grave é o senhor!

Sua voz era fraca e trêmula:

— Não importa. Salvem ela…

Sem outra escolha, os médicos correram com Luana para a cirurgia.

Momentos depois, um deles saiu da sala em pânico:

— A paciente está tendo uma hemorragia! Alguém aqui tem sangue tipo A?

Ao ouvir isso, Artur saiu da cama ignorando os protestos das enfermeiras.

— Eu sou. Tirem de mim!

— Mas o senhor está…

— Cale-se e anda logo!

Pouco depois, várias bolsas de sangue se acumulavam ao lado, enquanto o rosto de Artur empalidecia completamente.

Só quando teve certeza de que Luana estava fora de perigo, ele permitiu que o levassem para o centro cirúrgico.

Lívia não conseguiu mais assistir. Virou-se e foi embora.

Ela sabia que Artur amava Luana, mais do que a própria vida.

Se tivesse entendido isso na vida passada, talvez seu destino não tivesse sido tão miserável.

Agora, mesmo com tudo diferente, o acidente de Luana ainda aconteceu.

E tudo por causa daquelas cartas e desenhos.

Mas ela não fazia ideia de como aquilo tinha vazado. Havia rasgado tudo com as próprias mãos.

Agora, pensava, a única pessoa que poderia ter guardado aquelas cartas e depois as exposto… era Luana Costa.

Mas por que precisava fazer isso? Ela já estava com Artur.

Lívia não conseguia entender. Nem tinha coragem de pensar demais.

Passou três dias em casa, atordoada.

Quando Artur voltou do hospital, a primeira coisa que fez foi mandar os seguranças jogarem Lívia no freezer da mansão.

No instante em que foi empurrada para dentro, o frio cortante a envolveu como uma lâmina.

Diante de toda aquela palidez, Lívia deu um sorriso amargo.

Já nem lembrava mais quando tinha sentido tanto frio pela última vez.

Desde que caiu em um lago congelado na infância, seu corpo ficou extremamente frágil. Passou a ter pavor de baixas temperaturas.

Por isso, a casa sempre tinha aquecimento. Sempre quente como a primavera.

Mas agora, Artur usava o frio como forma de punição. Punição por ela ainda “insistir” nele. Por “ter machucado” Luana.

Lívia se encolheu instintivamente, tentando encontrar algum calor, mas era inútil. Só conseguia soltar gemidos abafados.

Uma empregada do lado de fora, aflita, não aguentou ver aquilo.

— Srta. Lívia… Por que não fala com ele? Peça desculpas… Com esse seu corpo, não vai aguentar…

Os olhos de Lívia avermelharam na hora.

Na vida passada, ela errou. E aceitou a culpa.

Mas nesta vida… ela não fez nada errado. Então pedir desculpas por quê?

Além disso, o coração de Artur estava todo em Luana. Ele jamais a ouviria.

O vento congelante vinha de todos os lados. Logo, cílios de Lívia estavam cobertos de cristais de gelo.

Sentia os batimentos desacelerarem. A mente, cada vez mais turva…

Por fim, fechou os olhos devagar, e perdeu a consciência.
Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP