Com a imagem do terror nos olhos de Alexandra gravada na mente, Sean conseguiu o endereço do apartamento dela com Camila, que estava tão preocupada quanto ele, apesar de não entender a dimensão real do que havia acontecido. Sean correu pelas ruas de Itajaí, o coração na garganta, o terno amassado do dia de trabalho parecendo um disfarce inadequado para o pânico que o consumia. Chegou ao prédio de Alexandra e bateu na porta com uma urgência febril, quase derrubando-a. Cada segundo de espera era uma tortura.
A porta se abriu. E ali estava Alexandra. Seus olhos, que ele amava por verem além, estavam vermelhos e inchados de tanto chorar, um espelho da devastação que a atingira. Havia uma mistura crua de decepção, raiva, o resquício persistente do amor que sentia, e uma tristeza profunda que parecia ter se instalado em cada célula do seu ser. A visão dela, quebrada assim, atingiu Sean com a força de um golpe físico, a sua própria culpa (de não ter previsto a ameaça de Samantha) intensifica