Quinta taça de champanhe e eu já estava me perguntando onde é que eu havia enfiado o meu juízo.
Não costumava beber, isso de longe era uma coisa que não entrava no meu dia a dia.
Álcool podia ser um real pesadelo, fosse nas mínimas doses, ainda assim podia fazer um estrago. Sabia muitíssimo bem disso.
Conseguia me lembrar de quando minha mãe passava dias e dias bêbada, caindo pelos cantos da casa, às vezes se machucava feio e os vizinhos pensavam que ela havia apanhado de algum homem na rua, mas no final era só o resultado de sua bebedeira infindável e da sua necessidade de se vitimizar.
Minha mãe amava ser vista com pena.
"Ah, olha só, a mulher que foi abandonada pelo marido com uma filha pequena para cuidar sozinha."
"Tadinha, precisa dar conta de uma criança, e ainda vende o próprio corpo e se submete a machos para não deixar a menina passar fome."
Eram essas e mais diversas frases que ouvia pelas ruas.
Todos conseguiam olhar para a minha mãe e enxergar uma coitada, só que ningué