Razão, você está aí?
“Eu tentei tanto não ceder
Eu disse para mim mesmo que este caso nunca iria bem
Mas porque eu deveria resistir”
Sair do quarto de Dom foi mais difícil do que eu pensei, porque eu
ainda sentia sua essência em mim: morangos. Eu bati a porta com força e
as paredes de pedra estremeceram. Não voltaria atrás. Segunda chance é
para os fracos. Desci até meu estacionamento particular, encarei meu
reflexo no elevador espelhado: despenteado, camisa para fora da calça,
faltava alguns botões nela, suado, mas estava impregnado dela.
As portas de aço abriram e a o motorista estava lá de pé, ajeitou o
nó da gravata. Ele olhou rapidamente para meus pés, estavam sujos de
terra. Franziu a testa, sua expressão era um gigante ponto de
interrogação. Fui até seu posto e peguei a chave do sedã preto que havia
usado na noite anterior. Entrei no carro e não sabia para onde iria, ou, no
fundo, eu sabia, queria vê-la partir, e aquela seria a última vez. Girei a
chave na igniçã