Sangue e Pólvora
A intolerância de ser acostumado
A viver intensamente apaixonado
Lhe reserva um coração
Predestinado a sangrar
Em um quarto vazio e frio ...
Diego
Remei na direção da orla do Guaíba, não havia iluminação nenhuma
ali, a não ser pelo céu estrelado que refletia nas águas negras. Respirei
fundo devagar, deixando aquele ar fresco encher meus pulmões. Olhei no
relógio, o visor embaçado pela água. Droga!
— Blá-blá-blá, olha como me importo... — ouvi vindo de um dos
contêineres. Que estranho? As vozes estavam exaltadas, larguei a
prancha na areia e me aproximei, uma loira empunhava uma pistola.
Encostei o corpo contra a parede metálica, abri um zíper da roupa e tirei o
celular. Em quem ela está mirando? Liguei a câmera e desativei o flash.
Não consigo ver o rosto. Talvez seja melhor ir embora.
Um estampido seco ecoou. Merda, preciso fazer alguma coisa! A
loira olhou rapidamente para os dois lados e guardou a pistola na bolsa.
Filha da mãe! Ela entrou na limu