3: Quase capturadas.

Cap.3 Quase capturadas.

Molly pulou da cama, jogando todas as coisas suspeitas longe, sem que sua mãe percebesse.

— Mãe, aconteceu algo? — perguntou assim que sua mãe entrou, visivelmente nervosa.

— Já entregou todas as encomendas? — perguntou Matilde, demonstrando preocupação.

— Já.

— Vamos embora! — anunciou ela, puxando-a apressada como se estivesse fugindo.

Madson não tinha ideia do que estava acontecendo. Seguiram para o carro e saíram em alta velocidade. Sua mãe sempre mantinha os olhos na estrada pelo espelho retrovisor, certificando-se de que ninguém as seguia. Madson apenas se encolheu no banco, amedrontada, sem perguntar mais nada.

— Parece que alguém nos seguiu. — sugeriu Molly, assustada.

— Que droga! — bradou Matilde ao ver uma moto atrás delas. — Aqui! — jogou o telefone no colo de Molly. — Ligue para Matheus, agora!

Madson fez sem questionar. Em seguida, recebeu um pedaço de tecido lançado em seu rosto.

— São os homens que querem matar nossa família? — perguntou ela, assustada, enquanto fazia a ligação.

— Cubra seu rosto e não deixe eles te verem — ordenou sua mãe quando mais três motoqueiros se aproximaram do carro. Então, pisou fundo no acelerador. Apesar de seu carro morder, as motos também eram velozes.

Estão nos seguindo? — perguntou Matheus sem delongas assim que atendeu, como se já soubesse que isso aconteceria.

— Sim! Tem vários motoqueiros. — respondeu Molly.

Matheus sorriu entre os dentes, com o rifle de precisão posicionado.

Estamos a poucos minutos de distância! — Gritou Matilde do banco da frente, desesperada.

Assim que ela cruzou a rua com os três motoqueiros, Matheus conseguiu vê-los. Ele apenas esperou a posição certa e derrubou um deles facilmente, enquanto os outros dois ficaram confusos, mas continuaram a seguir. No entanto, quando o segundo caiu, o terceiro tentou fugir.

Amadores! — Suspirou Matheus ao derrubar o terceiro.

Elas puderam seguir para o local secreto. Matheus também fugiu dali de moto, seguindo o carro de sua mãe, já que ainda estavam a dez quilômetros de distância do esconderijo.

 Assim que chegaram, foram recebidas por Lincoln, que já estava ciente de tudo o que tinha acontecido.

Matheus avisou para vocês não se arriscarem! — Bradou Lincoln enquanto a esperavam na frente do galpão, após passarem pelo portão.

Não esperava que eles me reconheceriam. — lamentou maltilde

E Molly? — Perguntou preocupado, ao encarar a garota com o rosto ainda coberto.

Ninguém a viu. No mínimo, pensam que é só uma das garotas que trabalha lá. — Avisou ela, puxando-a para o subsolo, contudo Matheus ainda não havia chegado ali, estava averiguando se ninguém mais a seguiu, além de averiguar se não tinha rastreador no carro.

Não demorou muito para Matheus chegar de moto, então seguiram juntos para a área secreta subterrânea, onde foi construído como se fosse uma casa, com três quartos, uma sala, cozinha e banheiros.

O que aconteceu realmente? — Perguntou Lincoln, impaciente, enquanto todos se reuniam na sala.

Descobri que minha conta foi bloqueada hoje — contou ela, com o olhar perdido ao mesmo tempo que Matheus vai ao encontro deles, também ouvindo a conversa.

Ah! — fez Matheus, fingindo surpresa, batendo palmas. — Você trabalha há anos ilegalmente naquele lugar. Pensa que a máfia não iria investigar sobre você? Mãe! Você é tão ingênua. Nem consigo acreditar que foi você que me ensinou o que sei hoje — resmungou indignado.

— Porque a senhora também não me ensinou a ser uma? — protestou Molly repentinamente, puxando o pano que cobria seu rosto, revelando um olhar enfurecido.

— Fique calada! — As vozes se uniram em um único som contra ela, que se sentou aborrecida no sofá.

— Bom, qual é a nossa situação agora?

— A única que ainda tem dinheiro é a Madson Molly. — Todos os olhares se direcionaram a ela.

— Eu? Eu nem sequer sabia ter conta bancária.

— Mas tem, para sua faculdade e seu futuro caso não prestasse para nada, porque vamos ser sinceros, sua mãe criou você ingênua demais.

— Vocês me tiraram da escola quando tinha 14 anos! Do que estão falando? Nada disso é culpa minha! — resmungou ela, indiferente, com as pernas suspensas no braço da poltrona.

— Olha essa garota! — resmungou Matheus. — A única que está livre da caçada nessa floresta de pedra e ainda tão sem modos! — asseverou, furioso, dando um tapa na ponta do pé dela, a fazendo se endireitar na poltrona.

— Mas voltando ao assunto, ainda temos dinheiro, porém ficou no meu escritório. Alguém precisa voltar e pegar aquela mala. — Começou Matilde. — Tem uma parte secreta embaixo da mesa, com certeza eles reviraram tudo por lá, mas não conseguiram encontrar a mala, ninguém, além de mim, sabe daquele lugar.

— Precisamos desse dinheiro para fugir. — resmungou Caio.

— É tanto dinheiro assim? — perguntou Matheus.

— 150 mil. — respondeu Matilde.

— É um valor simbólico. Ele pode nos manter por alguns meses em outro país. — comentou Matheus com indiferença.

— Mas esse valor é o que tem na maleta. Molly, em sua conta bancária, tem mais de 990 mil.

— Como pode ter tanto dinheiro assim? Ela nem trabalhou para ganhar isso! — asseverou Caio.

— Mas eu nem sabia ter dinheiro! Eu não tenho nem 10 reais agora! — resmungou Molly irritada, levantando-se e os deixando sozinhos, mas ao sair apenas se manteve ali, já que eles ficavam sempre receosos quando ela estava perto e nunca conversavam sobre a real situação da família.

— Agora que ela saiu, diga qual é a real situação. — perguntou Lincoln a Matheus.

— Já cercaram a cidade. Não vamos poder sair, e esse esconderijo não será secreto para sempre. — contou ele, sem perceber que Molly estava a alguns metros, escutando tudo.

— Alguns assassinos de Teodoro foram recrutados, outros estão na cova. Todos os corpos estão sendo triturados e jogados para os cachorros. Ninguém nunca vai saber o que está acontecendo.

— Não há uma saída segura?

— Você sabe que a nossa única saída é aquele selo. — comentou ela, indiferente, sentando-se na poltrona que outrora pertencia à irmã.

— Não temos como negociar com o capo. — Lincoln retrucou, incomodado.

— Não! É uma ideia inaceitável. Vocês não a venderão por um selo!

— O único com ideias loucas aqui é o Lincoln. Não vamos tratá-la como uma daquelas garotas. Você sabe muito bem qual pode ser o futuro dela se for desaprovada. O casamento não vai durar, e ela se tornará como as meninas que eu cuido. A maioria era casada com um desses crápulas, que as abandonaram sem destino, recusadas até pela própria família.

— A mãe tem razão. Se a mulher não for como ela, é óbvio que não tem vez no nosso mundo. — Matheus concordou indiferente.

— E ela, por mais que seja inteligente e atraente isso não vai significar muito já que a criação da cafetina Dona Matilde a tornou uma criança rebelde e um pouco inútil. — comentou Caio. — Então, vamos ter que protegê-la até o último fio da espada! — anunciou ele, e tanto Matheus quanto sua mãe concordaram com fervor, exceto Lincoln, que ainda estava com o pé atrás.

— Três contra um é inquestionável. Você não pode fazer nada, pai. — Matheus sugeriu, com orgulho.

— Eu ainda sou o sottocapo! — rosnou furioso.

 — Nós te respeitamos como tal, mas a nossa garota não vai parar nas mãos de nenhum assassino! — Caio anunciou com veemência.

— Não me façam sentir como se eu não amasse minha filha, mas já pensaram que é apenas um jeito de salvar pelo menos ela? Eu estou no topo da lista dos caçados, além de que você, Matheus, está do meu lado. Sua cabeça está sempre a prêmio, e sua reputação só aumenta por causa de todas as figuras públicas e importantes que você matou para Teodoro subir ao poder. — Lincoln suspirou, resignado.

— Não me orgulho disso, mas eu não vou morrer por causa disso. E ainda vamos proteger a todo custo nossa irmã.

"Mesmo prestes a morrer, ainda pensam em me proteger", Molly ponderou, forçando a mente a se recordar. "No dia que me tiraram da escola, eu havia ouvido um homem… Eu tinha visto ele conversando com meus pais no escritório, eu só conseguia ver seu braço todo tatuado, mas até onde eu sei, pode ser qualquer pessoa, porque até Matheus tem tatuagem por todos os lados mesmo que ele tente esconder de mim." A lembrança a fez voltar rapidamente para a sala.

— Eu tive uma ideia! — Gritou Molly invadindo de forma abrupta, chamando a atenção dos quatro.— Eu posso ir até ao prédio e pegar o dinheiro.

— Estava ouvindo atrás da porta de novo! — asseverou seu pai a puxando pela orelha.

— Ai... como eu dizia, eu vou até la e trago o dinheiro.

— Você não vai sozinha naquele lugar! — Lincoln protestou.

— Mas eles não me conhecem. Além disso, eles podem pensar que sou funcionária de lá.

— E esse é o problema! — Matheus retrucou, indo em sua direção.

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