Ecos na mente de Emma

Na outra ponta da cidade, Emma dormia em seu quarto decorado com pôsteres de bandas antigas e luzinhas coloridas no teto.

De repente, seu sono se agitou.

Ela se viu em um bosque enevoado, a névoa densa subindo dos galhos retorcidos. No centro, uma figura feminina de cabelos dourados e olhos da mesma cor de Lyanna. Ela estendeu a mão.

— Proteja minha filha. — a voz ecoou, firme e doce ao mesmo tempo.

Emma tentou se mover, mas as sombras começaram a cercá-la, e de dentro da névoa, olhos vermelhos surgiram, famintos.

A figura dourada sorriu uma última vez.

— Ela precisará de você Guardis.

E então tudo ficou escuro.

Emma acordou ofegante, o coração martelando no peito. Olhou para o relógio — 3h03.

Que inferno foi isso?

Passou a mão nos cabelos suados e, instintivamente, pegou o celular, digitando para

Lyanna já estava quase adormecendo novamente, os olhos pesados, quando o celular vibrou ao lado do travesseiro. Darian, sentado na poltrona encostada à janela, ergueu o olhar, o corpo imediatamente alerta.

Ela pegou o aparelho e atendeu, a voz sonolenta:

— Emma…?

Do outro lado, a melhor amiga falava apressada, a voz trêmula.

— Ly, me desculpa te ligar essa hora, mas eu… cara, eu tive um sonho muito esquisito. Eu vi uma mulher… ela parecia você, mas mais velha. Cabelos dourados, olhos verdes como os seus. Ela… ela pediu para alguém te proteger... Tinha coisa esquisita naquele lugar. Olhos vermelhos… um bosque. Eu juro, foi real. Eu acordei suando frio. Lyanna, tem algo errado.

Lyanna sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

Do outro lado do quarto, Darian ouviu tudo. Fingiu estar distraído, mexendo no celular, mas cada palavra da Emma o fez franzir o cenho.

Isso não era coincidência. A esfera estava começando a se agitar dentro dela, e até os humanos próximos começavam a sentir os ecos.

O olhar dele foi até a janela, a noite escura parecendo mais densa.

Quando Lyanna desligou, ainda pálida, ele se levantou e caminhou até ela.

— Tudo certo? — perguntou, forçando naturalidade.

Ela hesitou, mordendo o lábio.

— Só… sonhos bobos da Emma.. Ela sonhou com a minha mãe biológica. Nada muito sério!

Mas a expressão preocupada nos olhos verdes de Lyanna traía o que dizia.

Darian engoliu em seco.

Se até a amiga dela começou a ser afetada, isso significa que a esfera está se manifestando mais forte… o selo tá cedendo.

Ele precisava manter a calma, pelo menos na frente dela.

— Olha, se quiser eu posso continuar aqui… ou se preferir eu… — ele apontou pra janela, forçando um sorriso — dou o fora.

Ela segurou a mão dele sem pensar muito.

— Fica só mais um pouco.

E, naquele toque, Darian sentiu que o destino deles estava se amarrando de vez.

Depois da ligação de Emma, Lyanna demorou a pegar no sono. Darian percebeu o olhar cansado, mas inquieto, e ficou ali, sentado na poltrona encostada à janela, como quem não tinha pressa.

Ela ajeitou o travesseiro e se virou para ele.

— Tem certeza que não quer dormir? Pode deitar no sofá lá embaixo, se quiser… — disse com um sorriso cansado.

Darian forçou um bocejo e deu de ombros, mantendo o tom leve.

— Tô bem aqui. Sou especialista em dormir em posições desconfortáveis. Confia.

Ela riu baixinho e finalmente fechou os olhos.

O quarto mergulhou num silêncio pesado, quebrado apenas pela respiração tranquila de Lyanna. A cada vez que o peito dela subia e descia, Darian sentia o alívio de vê-la segura… por ora.

Ele fingiu se ajeitar na poltrona, como quem estava prestes a dormir, deixando os olhos semicerrados caso ela abrisse os dela de novo.

Mas a verdade é que ele não pregaria os olhos naquela noite.

O olhar dele varria cada canto do quarto, atento às sombras que se moviam lá fora, aos sons que a maioria dos humanos jamais perceberia. A noite estava densa, e Darian sabia que criaturas como Kieran e Margaret não descansavam.

Eles estavam perto. Ele sentia.

Lyanna, adormecida, murmurava de vez em quando, os sonhos agitados voltando a assombrá-la. Darian apertou os punhos, o instinto protetor gritando dentro dele.

"Eu jurei. E não vou falhar."

Do lado de fora da janela, a árvore balançou, um movimento sutil, e Darian percebeu a sombra se esgueirando pela escuridão. Mas nada ousaria invadir aquela casa enquanto ele estivesse ali.

Ele passou a mão pelo colar de runas em volta do pescoço e murmurou uma prece antiga, fortalecendo a proteção.

Quando o relógio marcou 4h16, Lyanna finalmente entrou em sono profundo, os pesadelos cessando. Darian soltou o ar devagar.

Amanhã seria pior. E ele sabia disso.

Mas por agora… ela estava segura.

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