Ao voltar para a realidade o meu mundo estava mais vazio e mais silencioso.
Fiquei dois dias dentro do quatro, sem querer falar com ninguém.
Sem querer ver ninguém.
Desliguei o celular e fiquei recluso no escuro, na minha cama pensando e chorando.
Eu não comia, não saía e automaticamente não interagia com meus próprios familiares.
Pensava e repensava nos mínimos detalhes todas as histórias que Luísa havia inventado e juntando as peças, vi o quão ingênuo fui em suas mãos.
Muitas vezes chorei de soluçar no chão do banheiro para que ninguém me ouvisse. Outras vezes, socava o travesseiro para abafar a minha raiva e então chorava semelhante a uma criança contrariada.
Sentia saudades, mas na maior parte do tempo também sentia raiva. Muita raiva, convicto de não querer falar ou vê-la em hipótese alguma.
...
Quando finalmente resolvi sair do quarto, dei o ar da graça na cozinha procurando o que comer e depar