Antonela Fontana
Os dias passaram, e Vincenzo voltou à sua correria habitual. Nossas refeições com sua família eram frequentes, mas nossas interações se tornaram breves, quase mecânicas. À noite, depois que o piccolo dormia, assistíamos a algo na televisão, trocávamos algumas palavras, mas uma névoa de tensão pairava sobre nós. Era inevitável que tudo estivesse diferente. A distância crescia, mesmo que nossos olhares ainda se encontrassem com a mesma intensidade. Contudo, esses olhares agora estavam carregados de incertezas, de dúvidas não ditas... e de uma despedida silenciosa.
Hoje era quarta-feira, e Vince parecia mais tenso que o normal. Voltávamos de um almoço na casa de seus pais, e o silêncio entre nós era mais pesado do que o habitual.
— Vince, tutto bene? — sussurrei, tentando não quebrar o frágil equilíbrio entre nós.
— Está sim, Raposa — ele me ofereceu um meio sorriso, mas seus olhos estavam longe. — Queria te dizer que hoje à tarde uma moça vai vir aqui, uma das escolhas