ARTHUR CASTELLANI
SEDE DA IMPÉRIO - 34º ANDAR – SALA DA PRESIDÊNCIA
O relógio marcava 18h06 quando a porta do meu escritório se abriu sem bater.
-Que saudade da sua cara de tédio , cunhado.
Brian Castellani
Terno caro , sapato chamativo , perfume espalhafatoso . Entrou como se o cargo de CEO também lhe pertencesse . Não pertencia . Nunca pertenceria .
-Você não foi chamado – eu disse , sem tirar os olhos da tela.
-Mas fui lembrado , não fui? Estou sempre na sua mente . Ou talvez só no seu calcanhar , como um bom veneno.
Suspirei .
Fechei o notebook . A vista de são Paulo atrás de mim ajudava a compor o quadro , o império aos meus pés e os ratos tentando subir pelas vigas.
-Está me interrompendo por quê, Brian? Veio pedir mais um adiantamento de lucros que você não ajudou a construir?
-Vim...conversar. De homem pra homem . Ou de Castellani pra infiltrado.
Levantei da cadeira. A mesa larga entre nós era a única coisa impedindo meu instinto de resolver aquilo no soco.
-Vo