Helena de um dia para o outro vê o seu mundo desabar, após perder o seu pai, descobre que as pessoas que mais ama são as suas piores inimigas. Após cometer um crime terrível em nome de vingança, ela muda de identidade e cidade, agora seu nome é Natacha. Tentando recomeçar, mais uma vez a vida a surpreende, após um acidente ela conhece James, um bilionário, excêntrico e arrogante. Ela o considera um babaca, mas a vida surpreende e uma teia de acontecimentos faz com que suas vidas fiquem mais unidas do que eles poderiam esperar.
Ler maisCapítulo 1 - Pesadelo
Meu nome é Helena, isso porque os meus pais amavam as novelas do Manoel Carlos, onde todas as Helena eram mulheres fortes e resilientes.
Eu não conhecia essa força até ter perdido tudo, espero que ao conhecer minha história você não me julgue pelos assassinatos ao longo do caminho, mas pra ser sincera não me importa também!
Meus pais se divorciaram quando eu tinha apenas 4 anos de idade, minha mãe era muito jovem e vaidosa, e não quis assumir as responsabilidades de ter uma família. Meu pai ,Umberto, me criou, dividindo o tempo entre reuniões escolares, cuidados com a casa, e o seu trabalho como policial militar.
Ele era um homem incrível, nunca deixou faltar nada, e tínhamos uma ótima convivência.
Raramente eu via a minha mãe, Jade, ela vivia por bares e trocando de namorado como quem troca de roupa, por isso meu pai nunca permitiu que eu dormisse na casa dela.
-Eu vou trabalhar hoje a noite, meninos, por favor não incendeiem a casa - disse o meu pai batendo o cacetete na mão de brincadeira.
-Pode deixar sogro, tudo sob controle - disse o meu namorado John.
-É mais fácil eu controlar esses dois! - respondeu a minha melhor amiga Vick fazendo cara de emburrada.
Meu pai saiu e ficamos nós três fumando narguilé, e ouvindo música enquanto tomávamos algumas garrafas de vinho barato.
Nós três nos conhecemos na escola, na terceira série, rapidamente nos tornamos amigos inseparáveis, eu o John e a Vick.
Quando completei 14 anos, o John me pediu em namoro, eu sempre gostei dele e fiquei empolgada. Mas meu pai demorou para aceitar dizendo que éramos muito novos para isso.
Com o passar do tempo, porém, ele não dificultou mais o nosso namoro, afinal o John era um bom garoto, como meu pai dizia, trabalhava, estudava, e tinha planos de se tornar personal trainer.
Meu namorado chamava a atenção por onde passava, tinha a pele morena, era forte e musculoso, seu sorriso era lindo, e fazia amizade por onde fosse.
A minha melhor amiga Vick estava sempre com a gente, era baixinha, loira e destemida, brigava desde criança feito um moleque o que não combinava com a sua aparência. A Vick era linda, tinha traços perfeitos, e vivia na academia, o seu corpo estava cada dia mais definido.
De nós três eu era sem dúvidas a mais reservada, sempre fui tímida e na escola não tinha muitos amigos até conhecer a Vick e o John. Eles conheciam todo mundo e aos poucos eu fui socializando mais e conhecendo novas pessoas.
Meu sonho era me tornar uma escritora de sucesso, por ser muito sozinha, sempre tive os livros como companheiros, tinha várias histórias na cabeça, prontas para serem colocadas no papel, o que nunca acontecia.
Mesmo sem ter a intenção, sempre chamei atenção dos garotos, meu corpo se desenvolveu muito cedo, então eu era o tipo conhecido como gostosa.
Meus cabelos compridos caiam em ondas até o final das minhas costas, minha pele morena clara contrastava com meus olhos verdes profundos, todos me achavam bonita.
-Chega gente, eu já não aguento mais beber, e você ainda vai dirigir John acho melhor pararmos por aqui - eu disse já tonta de bebida, pensando na prova da autoescola que teria no outro dia.
-A Helena tem razão, amanhã eu tenho planos logo cedo, melhor ir embora - disse a Vick se espreguiçando enquanto levantava - me dá uma carona John? - ela pediu.
O John fez um sinal afirmativo com a cabeça enquanto se levantava para me dar um beijo.
Meu namorado se tornou independente muito cedo, trabalhava desde os 12 anos e por não se dar bem com os pais, juntou dinheiro e aos 16 alugou uma casa. Um ano mais tarde, mesmo sem habilitação já tinha o seu primeiro carro.
-Tchau amor, sonha comigo - ele disse me abraçando com seus braços fortes.
Os dois foram embora, eu recolhi a bagunça e fui dormir, estava ansiosa para o dia seguinte. Eu não via a hora de tirar a minha habilitação, faltavam 3 meses para que eu completasse 18 anos.
Acordei com fortes batidas na porta, tentei ligar o celular para olhar a hora mas vi que estava sem bateria, eu havia esquecido de carregar na noite passada.
Levantei com uma dor de cabeça intensa, e fui até a sala sem nem me preocupar em olhar pelo olho mágico quem era que batia.
Dei de cara com dois policiais que trabalhavam com o meu pai.
-Podemos entrar Helena?- Disse o sargento Vieira com um semblante sério.
-Cadê o meu pai? - eu disse me afastando para que eles entrassem.
Eles entraram em silêncio, percebi que a tenente vitória havia chorado, seus olhos estavam muito vermelhos, minha cabeça começou a entrar em parafuso.
-Helena, não existe uma forma simples de dizer isso, seu pai, nosso grande amigo Umberto, faleceu essa madrugada em serviço. - disse o vieira de cabeça baixa.
Eu lembro que senti como se o chão escapasse por baixo dos meus pés, aquilo parecia um pesadelo, só podia ser um pesadelo. Senti minhas mãos suarem, minha garganta seca, e lembro de ver os policiais através de uma visão embaçada se aproximarem de mim:
-Helena, você está bem?
Acordei, com a Tenente passando água no meu rosto gentilmente, enquanto minha cabeça repousava em sua perna.
Aquilo não era um pesadelo, era verdade, eu havia perdido o meu pai, meu herói, o melhor homem desse mundo!
Naquele momento as lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos, meu mundo caiu, eu soluçava e a tenente acariciava os meus cabelos
-Chora Helena, não tem como não doer, eu também perdi meu pai muito jovem, chorei chorei tanto, que uma hora a dor amenizou e virou saudade - dizia a tenente vitória com os olhos marejados.
Eles ficaram um bom tempo ali, até que precisaram voltar ao trabalho, pedi para que avisassem a minha mãe, eu não tinha condições de falar com ninguém naquele momento.
A casa sem o meu pai parecia vazia, sem vida, triste. Fui para o meu quarto,cobri a cabeça com o lençol, e comecei a gritar, gritei até que minha voz finalmente sumiu.
Do lado de fora, a chuva caia fina, era um dia frio, chorei até dormir exausta.
Não consegui voltar a dormir, aquela mulher não poderia investigar o meu passado, isso seria o meu fim, na verdade eu não me importava muito…o que de pior poderia me acontecer? Ir para a cadeia? Isso faria alguma diferença? Eu já havia perdido tudo!Mas lá no fundo, eu ainda tinha vontade de recomeçar, de quem sabe, reconstruir o que foi destruído, talvez fosse um instinto natural de nós seres humanos, lutar até o fim…-Que horas são, pra você já estar aí acordada….? - disse ane bocejando e pegando o celular que estava no móvel ao seu lado - sete horas! Super cedo..vamos dormir mais um pouquinho…-Estou sem sono - eu disse disfarçando, não queria comentar sobre aquela briga com ane, pelo menos não agora - posso usar o seu celular? Hoje vou providenciar outro pra mim.-Claro - ela me estendeu o aparelho - a senha é um M, vou dormir mais um pouquinho - ela disse virando para o lado.Meus dedos tremeram quando comecei a digitar o meu nome no campo de pesquisa.Meu coração estava disparad
Me desculpe.. – ele disse se afastando e passando a mão pelos cabelos, gesto que eu já tinha notado que ele fazia ao ficar desconcertado- eu não deveria ter te beijado, não sei o que me deu...-Tufo bem, eu também queria – eu disse ainda saboreando aquele momento – mas isso não pode mais acontecer, você tem uma noiva, e eu sei o quanto uma traição pode custar caro! -E como você sabe disso? – ele me olhava surpreso.-Porque eu já fui traída, e sei o quanto ser apunhalada pelas costas destrói uma mulher! -a lembrança me arrepiou.-Não querendo me justificar mas meu relacionamento não anda nada bem..a gente só briga, vive longe um do outro, só estamos juntos por pressão social...isso é fato, mas nada disso faz sentido, eu só senti o impulso de te beijar, mas não sei nem porque ...- ele continuava a andar de um lado para o outro – está tarde, amanhã falamos mais sobre essa questão de investimentos, tudo bem? Vou te levar lá pra dentro.Ele começou a empurrar a cadeira de rodas delicadame
Após o jantar, fomos até o escritório, James e eu, Ane ficou em nossa suíte organizando algumas coisas.O luxuoso escritório ficava em um anexo da casa, do outro lado da piscina, era todo de vidro com uma vista belíssima do mar, a noite era ainda mais lindo, só a lua iluminava sua imensidão.Assim como a casa, a decoração era minimalista, com um sofá de couro branco, mesa de vidro, computador de última geração, e muitos livros. Um único porta retrato dava um ar pessoal ao lugar, era um foto do James e da noiva na times Square, ela era realmente linda, olhos verdes, e sorriso perfeito, eles pareciam radiantes naquela foto. -Agora eu vou te apresentar o incrível mundo dos investimentos! Aliás quanto você tem? – ele perguntou enquanto posicionava minha cadeira ao lado da sua de estofado que parecia ser incrivelmente confortável.Quando ele se sentou, nossos braços se tocavam a cada movimento dele no mouse, o toque, o perfume estavam me deixando inebriada, ele ficava ainda mais lindo c
- Senhoritas, o jantar será servido – disse uma simpática senhora funcionária da casa dando uma leve batida na porta.-“Senhoras o jantar será servido”, imitou Ane com ironia - caraca! Nunca pensei que o James fosse tão careta! – disse enquanto empurrava minha cadeira pelo corredor.-E não sou - ouvi uma voz atrás de mim e imediatamente senti aquele perfume que me deixava inebriada – todos os empregados são contratados pela minha mãe, então são todos muito formais, para mim tanto faz.Ane ficou muda, eu podia sentir a tensão no ar, mesmo estando de costas para os dois.-Deixa que eu assumo daqui – James tomou a cadeira de Ane e começou a empurrar – como você foi recebida natacha? Espero que muito bem, eu precisei resolver alguns assuntos na lancha, por isso não pude te receber, mas quero que fique, aliás que vocês duas fiquem a vontade, a casa é de vocês. Se divirtam, usem a piscina a sauna, enfim não se preocupe com nada, só com a sua recuperação.Eu fiquei em silêncio, ele nem parec
- Eu vou ficar com você durante sua recuperação – ela disse batendo palminhas – o James me contratou, aliás ele pediu uma indicação de enfermeira, e claro, eu me candidatei! Eu fiquei feliz e aliviada de não ir sozinha para a casa daquele sujeito mal humorado, além do mais a Ane era incrível, uma excelente companhia, animada, gentil, e competente como enfermeira. Mas por outro lado, ela não parava de falar um minuto, os meus planos de ter paz e sossego para escrever o meu livro, estavam em perigo! -Você não parece animada, o que foi? Não quer minha companhia - ela disse cruzando os braços e fazendo beicinho como uma criança mimada. -Para de ser boba, estou feliz e aliviada em ter você comigo esses dias, mas o seu pai conseguirá ficar sem você aqui na clínica? – perguntei para disfarçar meu incômodo. -Meu pai disse que tudo bem, afinal a clínica está bem tranquila e tem toda uma equipe para ajudar. Ele percebeu como a gente se deu bem e acha que será bom pra você – ela disse enqua
-Você deve estar super empolgada com a alta! Ficar no hospital deve ser terrível, como paciente digo – diz Ane entrando no meu quarto pela manhã abrindo as cortinas com seu jeito agitado.Nós ficamos muito próximas nesse período em que estive internada, acabei descobrindo que Ane é filha do Dr Cesar, como ela diz, a medicina está no sangue da família, sua mãe que havia morrido em um acidente de carro foi uma médica tão reconhecida como o pai.Mas ela decidiu cursar enfermagem, a faculdade de medicina era muito longa e exigia uma dedicação que Ane definitivamente tão tinha. Ela gostava de ser livre, aproveitar o mar no fim de tarde, e viajar para praias distantes sempre que possível, era uma caiçara nata!Os pais haviam trabalhado por anos em um importante hospital de São Paulo, mas quando Ane nasceu decidiram abrir uma clínica na cidade do sol, assim poderiam dar uma melhor qualidade de vida para ela, longe da violência e do caos da cidade grande.O que me aproximou de Ane foram os
Último capítulo