Capítulo 6

Capítulo 6

Os funcionários do hotel, contam outro conto e no final, o pai da Cíntia se levanta da rodinha dizendo.

- Para mim já deu por hoje

- Sim, eu também não aguento mais, são quase 2 horas da manhã. - diz a mãe também ao se levantar.

- Nossa que tarde, nem percebi. Aqui é tão lindo e maravilhoso, como um conto de fadas.

- Eu também não reparei, vamos com os seus pais. - fala o namorado.

O pai não se importa da filha ficar na mesma cama que o namorado, não quer ser implicante e afinal de contas, ela já tem vinte e dois anos, sabe muito bem o que faz.

Em Brasília, Ashtar e Mosha, chegam ao hotel por volta das 05:00 da manhã. Infelizmente não tem jeito, a reunião é daqui a três horas, então acaba indo dormir um pouco.

- Está mal-humorado. - Mosha comenta ao entrarem na suíte ampla.

- Sim, estou muito mal-humorado, uma pilha de nervos.

Mosha tira o paletó e se j**a no sofá ligando a tevê.

- Ainda sente o cheiro dela? - pergunta já sabendo o porque desse estresse todo.

- Como se tivesse acabado de sentir. - fala desanimado se juntando a ele no sofá.

- É, você se ferrou mesmo!

- Porque diz isso?

- Por que sinto o cheiro da sua irmã desde o dia em que a conheci. Não direi mais nada, para bom entendedor, meia palavra basta.

Ashtar entendeu muito bem o que ele quis dizer, mas se nega a acreditar que finalmente encontrou sua fêmea e ainda por cima uma humana.

Os casais estavam dormindo, Rodrigo se levanta sem acordar Cíntia e sai. Às 07:00hs ela se vira, passa a mão nos lençóis o procurando, abre os olhos ainda com muito sono e não o vê, a cama do lado dele está fria, sinal de que se levantou a um tempo.

Ela se senta na cama, olha ao redor. Ele aparece na fresta da porta.

- Oi! Vim ver se acordou. Vai se levantar?

- Sim, onde estava?

- Na sala. Perdi o sono, quando o achar, se for durante o dia vai ser ruim, quero aproveitar esse lugar ao máximo. - fala e sorri.

- Eu também. Vou levantar.

- Seus pais não levantaram. Vamos tomar café sem eles?

- Espera um pouco. Vou ver com eles.

Ela coloca a cabeça na fresta da porta do quarto dos pais.

- Mamãe, vão tomar café conosco?

- Sim, nos espere.

- Está bem.

Enquanto isso, em Brasília, Ashtar segue com a reunião com os advogados, cada assunto mais chato que o outro. Sinceramente está sem cabeça para nada. Infelizmente teve um probleminha com um homem a quinze anos atrás e ele insiste em o processar.

Já trocou de advogado três vezes, e disse que se desta vez, se eles não derem um jeito, vai sumir com o homem.

- Senhor, por favor. Não diga isso, se acontecer algo a esse homem será preso. - diz o advogado preocupado.

- E você pensa que me importo? Tire ele do meu caminho, estou sendo muito bonzinho. Deveria tê-lo matado ao invés de só lhe quebrar o braço. Outra coisa, nada nem ninguém, pode me prender. Não se esqueça que não sou humano. - se levanta arrumando o paletó. - Vocês já ocuparam muito do meu tempo. Tenho mais o que fazer.

- Claro, senhor. - diz o advogado.

- Só me chame depois que resolver esse caso desagradável. - sai da sala sem dizer mais nada.

Encontra Mosha o aguardando na sala ao lado. O aguardando do jeito dele, paquerando a secretária.

- Então gracinha… - Mosha começa a falar todo melosa mas é interrompido.

Ashtar passa na frente do amigo o puxando pela gravata.

- Vamos!

- Mas eu estava…

- Vamos logo embora.

- Que pressa é essa? Eu estava me dando bem.

Ashtar corre com sua super velocidade, forçando Mosha o acompanhar por estar sendo puxado pela gravata. Chegam no Helicóptero e se sentam tão rápido que o piloto não os vê.

No helicóptero Ashtar se sente mais relaxado, queria simplesmente se teletransportar. Mas usa o mínimo possível sua tecnologia, não gosta de ficar chamando atenção.

- Vamos! - diz Ashtar ao piloto.

- Que susto! Meu Deus! Eu... eu estava sozinho. - fiz o piloto tremendo com o susto.

- Não está mais. Vamos, tenho muita pressa. Já passou metade do dia.

Ainda assustado, o piloto liga os motores e as hélices, no ar, Ashtar nem olha a vista, está tenso, uma ruga está formada em sua testa.

Pisca como se estivesse calmo, mas Mosha o conhece bem.

- Amigo, fala a verdade. Tá gamadão, né?!

Ashtar suspira e fica calado. Vai continuar negando para quê?! Essa fêmea o deixou louco de desejo só por lhe sentir o cheiro.

- Ela deve andar de cabelos soltos pelo cheiro forte de flores que eles exalam.

Mosha escuta boquiaberto e com os olhos arregalados.

- Não te reconheço. Quem é você, e o que fez com meu amigo?

Ashtar sorri, Mosha é sempre muito engraçado, o distrai às vezes.

- Você... Olhe para mim, Ashtar! - Ashtar o olha nos olhos. - Você deve estar imaginando como ela deve ser. Achou sua fêmea, garanhão. Haha... uhuuuuuu

Apenas sorri do comentário, cruza os braços escutando, Mosha quando começa não para tão cedo.

- É, meu chapa, acertaram seu tendão de Aquiles. A flecha do cupido te acertou... Kkk…

Mosha fica zoando o amigo até chegarem na fazenda.

Os casais haviam almoçado juntos, depois foram fazer uma trilha a cavalo, apesar de Cíntia ainda ter muito medo de montar.

Ashtar chega antes do fim da tarde, do instante em que chega ele tenta sentir o cheiro que agora lhe é tão familiar.

- Está sentindo alguma coisa? - Mosha pergunta o observando.

Mosha pergunta entrando na recepção com Ashtar.

- Ainda não. - responde tenso.

Eles caminham até os quartos interligados à recepção, passam pelos corredores e não sentem nada.

- Devem estar em algum chalé. - fala Mosha.

- Pode ser. - fala sumindo da visão de Mosha, que corre atrás dele em seguida. - Preciso vê-la, sentir seu cheiro novamente e dessa vez de todo o seu corpo.

- Uiii, kkk… Definitivamente, eu não te reconheço.

Passam pelos chalés até Ashtar parar na frente de um.

- Ela ficou aqui por algumas horas. - Ashtar diz.

- Então saíram, tem muita coisa legal para se fazer por aqui. Vamos voltar, estou faminto.

- Vamos até o refeitório, talvez ela esteja por lá.

Andam até o refeitório, no caminho Ashtar sente uma leve brisa que traz o cheiro doce que vem com ela. Para de andar, respira profundamente com os olhos fechados.

- É ela!

Mosha fica calado, olha ao redor, não vê nada nem ninguém.

- Onde?

Ashtar abre os olhos, olha ao redor.

- Tem muitas mulheres no haras. Mas o cheiro vem de lá. - Ashtar aponta para o local certo perto da montanha.

- Estão a uns 3 quilômetros daqui, é um pouco longe para seu olfato.

- A brisa trouxe o cheiro dela.

- Você está começando a me assustar. Está pior do que eu com a sua irmã.

- Está vindo para cá, o cheiro está ficando mais forte.

- Então vamos entrar para comer, estou com o meu estômago colado nas costas. Na real, você vai assustar ela com essa fascinação toda. Deixa ela respirar.

Ashtar se serve de um prato repleto de saladas, até come um pouco de carne vermelha, mas sua preferência é peixe.

- Nossa, você contratou os melhores cozinheiros. - fala Mosha com a boca cheia.

- Já estavam aqui quando comprei o lugar.

Até o presente momento Ashtar sorri e conversa com Mosha esperando a moça chegar no refeitório.

- São excelentes cozinheiros. - diz Ashtar.

Terminam de comer, ficam bebendo vinho, Mosha tagarela qualquer coisa, escuta com atenção, até sentir o cheiro dela, está mais forte no local onde se encontra.

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