Ele largou a lapiseira subitamente quando a campainha tocou. Era dezesseis de setembro, e a mãe conseguiu um dia de folga – estava em casa, no quarto, descansando o almoço que fizera especialmente para os dois. Por aquele mesmo motivo, pouparia Rosália da aparentemente complicada tarefa de atender o visitante. Abriu a porta.
— Adriano? Adriano Fergus?
O susto de ver aquele rapaz parado à sua frente o impediu de responder à pergunta. Não estava atordoado apenas por Quartzo ter ido à sua casa – sabia Deus o que ele queria –, mas por ver o estado decadente que seu rosto mostrava – olheiras fundas, face molhada, magreza.
Não era um bom sinal.