Tarde da noite, Chica segurava uma marmita ao bater na porta:
— Você não comeu nada o dia inteiro. Assim você não aguenta. Eu trouxe um pouco de comida, são seus pratos preferidos. Abre a porta, mãe.
Mas do outro lado não havia nenhum som, nenhum movimento.
Chica começou a ficar preocupada. Girou a maçaneta, e a porta... Estava destrancada!
Uma onda de raiva tomou conta dela. Os empregados da família Marques eram todos uns interesseiros, sempre se guiando pelo status.
Agora que a notícia de que Felipe ia se divorciar de Tânia já tinha corrido pela casa inteira, eles começaram a tratar sua mãe com descaso.
Diziam que tinham trazido comida, que a porta estava trancada... Mas a porta nem sequer estava fechada! Não passava de puro desleixo.
Chica entrou devagar. O quarto estava completamente escuro, e ela sentiu um calafrio percorrer sua espinha.
Foi então que ouviu gemidos vindos do quarto. Seu coração disparou, e ela correu até a porta do cômodo.
Ao abrir a porta, a marmita caiu de suas