— Tia.
A sala ficou mergulhada em um silêncio sufocante.
Maia apertou os dentes, encarando o rosto de Fábio, que exibia um sorriso zombeteiro e cruel.
Ela sabia que ele ainda a chamava de “tia” não por respeito ou consideração, mas para preservar a própria imagem, para não parecer tão brutal e desalmado diante dos outros.
— O avô sabe o que Gabriel fez. Ele está tão furioso que não come nem bebe há dois dias, deitado em sua cama. Você pode imaginar o quanto ele está decepcionado. — O olhar de Fábio era cortante como lâminas de gelo. — A última vez que o vi tão irritado assim foi quando você decidiu, contra tudo e todos, seguir o Sr. Érico, mesmo sabendo que ele já tinha uma esposa legítima. Você ignorou sua própria dignidade e a honra da nossa família para ser amante dele.
A palavra “amante”, carregada de desprezo, saiu da boca de Fábio como um punhal. Ele a usou sem hesitação contra sua própria tia.
O rosto de Maia ficou pálido, mas ela não demonstrou fraqueza. Mesmo não s