Chegou, enfim, o dia da coletiva de imprensa.
Às cinco da tarde, jornalistas de todas as partes já haviam se reunido no maior salão do hotel, ajustando suas câmeras, testando ângulos e organizando seus equipamentos enquanto aguardavam a chegada de Tábata.
— Pensei que seria o Tiago ou o Jair a dar as caras, mas mandaram a Tábata. Essa mulher tem coragem mesmo, hein? O marido preso, e ainda consegue dormir à noite e arranjar forças pra fazer coletiva?
— Coragem? Que nada! Os homens da família Moura são espertos. Jogaram a Tábata como escudo. Ela vai ser o alvo das balas.
— Realmente, essa gente de família rica não tem um pingo de humanidade. Tábata está numa situação lastimável.
— Lastimável? — Outro jornalista comentou, com uma risadinha sarcástica. — O Cláudio embolsou milhões em propina. Acha mesmo que ela não viu nada disso? Que parte desse dinheiro não acabou no bolso dela?
O tempo passou, e logo o relógio marcou sete horas.
Tábata entrou no palco com passos hesitantes