Logo após a partida dos últimos convidados, o silêncio da fazenda pareceu um peso sobre os ombros de Natália. As vozes festivas haviam se dissipado, e o que restava era um vazio difícil de preencher. Fernando se manteve distante, sempre cortês quando havia alguém por perto, mas frio e impessoal quando ficavam a sós.
Durante o dia, ele passava horas trancado no escritório. As portas de madeira escura ficavam fechadas e ele só aparecia para as refeições, sentava-se à mesa com a mesma postura cordial e a tratava bem, mas a distância em seu olhar dizia mais do que qualquer palavra.
Natália tentava manter-se firme, mas o ambiente não ajudava. Além da frieza de Fernando ela tinha que lidar com o sarcasmo de Mariana.
— Parece que seu marido esfriou rápido demais — comentou certa vez, servindo-se de café. — Todos sabem que ele dorme tarde e acorda cedo... Deve ser o trabalho, não é?
O tom irônico era impossível de ignorar. Natália manteve-se em silêncio, mas o rubor subiu-lhe às faces. Marian