Capítulo 11

POV Thomas

Desde do primeiro dia de aula vi algo de diferente naquela garota, naquela menina que gritou e fez de tudo pra defender a amiga. Ela é bonita, mas eu não tinha o mínimo interesse em tentar algo, eu nem a conhecia. Até que o destino fez com que nos conhecêssemos, de uma forma que nem eu sei explicar. Se me perguntassem hoje, o porque eu puxei assunto com ela quando estava desenhando, o porquê de eu tê-la chamado pra tomar sorvete e conversar naquele dia, ou até mesmo o porquê de eu ter convidado pra simplesmente vir aqui em casa cantar comigo, eu não vou saber responder. Eu só sei que quero ficar perto dela, eu me sinto bem em sua companhia.

Quero conhece-la, quero saber todas as suas qualidades e até seus defeitos. Também quero poder contar sobre meu dia, quero que ela saiba das minhas fraquezas como também quero saber das delas. Eu quero essa garota mais do que quis qualquer coisa em minha vida.

Ela canta perfeitamente bem. Talvez nunca tenha descoberto isso porque seu sonho é outro, mas tem uma voz magnifica. Quando terminou de cantar, percebi que o Ben e a Mel tinham saído e tudo que eu queria naquele momento era beija-la. Queria sentir seus lábios tacando os meus.

— Eu não falei que por trás dessa estilista também tem uma cantora? — Falo e ela fica envergonhada.

— Obrigada!

— Sabia que você é linda? — perguntei sem vergonha mesmo.

Sem antes responder, me aproximei dela, tirei seus cabelos loiros do meu caminho e coloquei-os atrás de sua orelha, segurei sua nuca e a beijei. Foi lento e calmo, seus lábios se encaixam perfeitamente nos meus. Depois nos afastamos e não consigo evitar um sorriso que logo é retribuído.

Se alguém dissesse ao Thomas de antes de começar as aulas que hoje eu estaria aqui beijando uma garota por puro sentimento e não por apenas diversão eu diria que essa pessoa está louca. Isso nem se passava pela minha cabeça. Mas acho que é isso mesmo, esses momentos simplesmente acontecem.

— Foi muito bom — termino dando um selinho.

— Ok galera, acabou o lindo momento fofo por enquanto, pois temos que gravar o vídeo de vocês cantando juntos! — O Ben atrapalha nosso momento (que droga, qual a necessidade dessa pressa).

— Por que você fez isso, cara? — Pergunto sério e a Mel ri. — Não vi graça nenhuma — olho pra Elena e ela está segurando o riso, um tanto vermelhinha. — Fica tão linda vermelha.

— Para — ela fala e rimos.

— Olha, nós podemos gravar e ficar conversando depois, eu aceito até ficar segurando vela pra vocês — Mel diz reposicionando a câmera e a luz.

— Então vamos lá — digo me preparando pra cantar “I hate u, i love u”, do Gnash.

Precisamos cantar duas vezes para ter mais cenas e quando acabamos, fomos ver o vídeo e fico muito feliz com o resultado. No começo é um pouco perceptível a timidez da Elena, mas foi isso que tornou o vídeo fofo. Com o tempo ela foi se soltando cada vez mais e parece estar gostando do momento, talvez mais do que achou que gostaria.

Sentamos em uma rodinha após a gravação, e começamos a comer umas coisas que a cozinheira preparou.

— O que você vai dizer para suas fãs quando elas perguntarem quem é a intrusa cantando no seu canal? — Ela pergunta sentada ao meu lado.

— Ah, elas vão te adorar, vão até ficar pedindo pra você voltar — digo enquanto coloco uma bebida pra ela e ela agradece com um sorriso. (Se ela agradecer dessa forma toda vez que eu fizer algo pra ela, vou ter o maior prazer em fazer o que ela quiser).

— Verdade, vocês arrasaram — Ben conclui.

— Uma duplinha dessas — bato minha mão com a dela.

— Mas como é? Um paixão passageira, um amor verdadeiro? Apenas amizade colorida? Estão me deixando confusa, galera — Mel fala e a cara de constrangimento da Elena é visível, o que me faz ter vontade de rir.

— Para, Mel! Deixa eles — Ben diz.

Sobre o Ben e a Mel sempre achei que eles fossem ter alguma coisa, na verdade ainda acho, eles estão até demorando. Às vezes acho que eles estão tendo algo escondido, enfim. Ele é uma pessoa boa pra minha irmã. Não sou daqueles que proíbe os amigos de ter algo com a minha irmã, é melhor ainda que eu já posso ameaçar bem mais. Ai de quem fizer algum mal pra Mel, e pior ainda será se esse alguém for algum amigo meu. Porém acho que o Ben nunca faria isso com ela, ele formam um casalzão.

Olho a hora depois de um tempo conversando com meus amigos e vejo que já estar um pouco tarde, também lembro que quero conversar com ela a sós no caminho de casa.

— Acho melhor a gente ir indo, já está tarde e amanhã quero te ver animada na festa da piscina do Justin — falo levantando e segurando sua mão pra levantar.

— Ah, vou estar com certeza, lembra que a Sophia vai tá lá mandando eu dançar, cantar, gritar, ou seja passar vergonha? — Todos nós rimos.

— Vamos? — digo passando minha mão pelas suas costas. — Ben, cuida ai da minha irmã enquanto eu volto, beleza?

— Sou bem grandinha pra ter babá, não acha, Thommy? — Mel arrebata.

— Às vezes, quando dizemos "cuida ai da minha irmã" tem um sentido melhor do que você imagina — falo, viro as costas e saio com a Elena, percebo que ela tá sorrindo pelo que falei pra Mel e para Ben.

— Eles nunca tiveram nada? — Ela enfim pergunta.

— Não que eu saiba, mas sei que isso ainda sai alguma coisa, nem que seja só uns pegas, o Bem é doidinho pela Mel, só tem medo de eu sabe — digo e rimos.

Fomos uns dois minutinhos em silêncio, mas não era aquele silêncio desagradável, nó só estávamos aproveitando a companhia do outro.

— Quer que eu passe na sua casa amanhã pra te levar?

— Pode ser — ela sorri.

— Como você tá? Sua vida, sua irmã...

— Ah, está tudo bem. Tirando a parte que minha irmã agora está perguntando mais do que nunca pelos nossos pais, está tudo bem — ela responde.

— Mas ela sabe a verdade, não sabe? — questiono.

— Sim, nós nunca escondemos dela, mas é difícil dela entender — ela continua. — Foi difícil pra gente, imagina pra uma criança de seis anos que na época tinha dois.

Ela tem toda razão, não é nada fácil passar por tudo que eles passaram. Elena ainda era adolescente quando precisou ter responsabilidade que eu com dezenove anos não tenho. Eu não conseguiria passar por um quarto do que eles passaram nem agora, imagina com catorze anos que foi o caso da Elena, ou da Emily, que perdeu os pais aos dois anos e ainda não consegue entender direito o que aconteceu. Também deve ter sido muito complicado para o Eric, ele é o mais velho e com certeza se viu na responsabilidade de deixar tudo em ordem e cuidar das irmãs, mas isso é muito mais difícil o que eu possa imaginar.

— Olha, vocês merecem ser felizes! Você, seu irmão, sua irmã. Não posso garantir a felicidade dos três, até porque nem os conheço ainda, quero conhecer o quanto antes falando nisso, mas eu quero te fazer feliz — ela para olha pra mim e me dá um selinho.

— Você é muito fofo! — Elena diz com tom de brincadeira. — É um playboyzinho chato e rico, mas é fofo.

— Não me chama de fofo! — digo no mesmo tom.

— Por que as vezes você consegue ser tão idiota com as pessoas? — Ela pergunta voltando mais para a seriedade.

— Nossa estragou o momento fofo — ironizo e ela ri. — Mas sobre a idiotice, bom, acho que homens já nascem idiotas.

— Você que disse pra eu não te chamar de fofo.

— Me chama de lindão, gostosão, maravilhoso e outras coisas assim — Falo em tom debochado.

— Ah é? — Rimos. — Aí você vai me chamar de que?

— Lindona, perfeita, maravilhosa, entre outras coisas. Quer mais do que isso? — pergunto ainda em tom irônico.

Rimos muito e conversamos sobre várias coisas até chegar em sua casa. Cegando lá paro em sua frente, ela fica entre mim e parede. Sinto seu hálito quente e sua espiração acelerada.

— Amanhã nos vemos — falo e ela assente.

Lhe dou um beijo de despedida e saio. Quando me afasto um pouco, viro pra ela, sorrio e dou uma piscadinha. (Meus charmes que aprendi com a vida).

POV Elena

Hoje com certeza foi uma das melhores noites da minha vida. Será que isso tá certo? Será que ele não vai me iludir e depois vou ficar aqui sofrendo? Ah, é tão complicado. Mas ai ele abre aquele sorriso, me abraça e me beija, ai pronto acabou com tudo. Eu não posso me apaixonar, não posso! Ai que droga, estou pensando nele e sorrindo. Ele é um metidinho, um playboyzinho rico, chato, babaca e idiota, eu não posso está sentindo isso.

Chego em casa e vejo uma "linda cena" do meu irmão abraçada com a Sara assistindo alguma coisa. Bato a porta devagar, mas só pra eles saberem que cheguei.

— Boa noite — digo sem graça. — Então, desculpa atrapalhar o lindo momento fofo de vocês — já vou subindo as escadas, mas me viro pro meu irmão e faço uma cara maliciosa divertida pra ele, que começa a ri.

— Ei mocinha, volte aqui — Eric me para (imaginei que ele fosse fazer isso), ele me olha com a cara mais maléfica possível. — Onde você estava? — Seguro o riso. — Não, melhor, com quem você estava e fazendo o que? Porque assim, a senhorita só sai e diz vou ali... — rio junto com a Sara.

— Eu estava com o Thomas. A Sophia não falou que íamos gravar um clipe pro canal dele? Pronto, fui lá fazer isso — falei mais natural possível.

— Tá certo — ele fala e sorri. — Quando vou ter o prazer de conhecer ele? — Eric pergunta cerrando o punho e rio mais ainda.

Subo lá pro meu quarto ignorando a pergunta dele, tomo um banho, visto meu pijama de unicórnio e vou olhar um pouco das minhas redes sociais antes de dormir. Ah, mas é importante lembrar que antes de tudo isso fui dá uma olhadinha na minha irmã que está dormindo como um anjinho lá no quarto dela.

Respondo algumas mensagens de Sophia primeiramente.

“Passo ai amanhã de dez e meia viu?”

“Então Sophia, o Thomas me chamou pra ir com ele, disse que passava aqui em casa e eu aceitei. Tudo bem pra você, né?” — Perguntei mesmo sabendo que ela ficaria doidinha por isso.

“Como é? Claro que está tudo bem! Está mais do que bem!”

“Obrigada, amiga, te amo” — mando carinhas rindo e de corações.

“Também te amo. Vai me contar como foi hoje, viu dona Elena? Amanhã quero saber de todos os detalhes”.

“Tudo bem, boa noite”.

“Boa noite e sonha com o Thomas!” — Ela manda carinhas de lua, aquela safada, começo a ri.

“Isso é coisa que mande a amiga sonhar?”

“Claro que é!”

Quando terminei de falar com ela vi uma mensagem do Thomas, não acredito que ele já está me mandando mensagens, assim não tem como eu esquecer, né.

“Amanhã às dez e meia passo ai, viu?”

“Tá certo” — digo apenas.

“Replay amanhã?” — EU VOU SURTAR!

“Calma lá, não sou fácil assim não” — envio uma figurinha que a Sophia fez minha roendo a unha.

“Eu estou falando sério, viu Elena? Não se faz de santa nem de desentendida, porque nós dois sabemos que você não é”.

“Agora pronto, porque eu beijei não sou mais um anjinho, muito difícil se eu” — continuamos conversando e tirando onda com a cara do outro.

Quando eu estou quase dormindo escuto alguém batendo na porta e lembro que provavelmente é minha irmã.

— Entra, princesa — digo sonolenta.

— Princesa não, príncipe — Eric fala já entrando.

— Ah, é você.

— Sim, sou eu, conta aí como foi — ele deita ao meu lado.

— Foi ótimo, ele é fofo, é bonito, ele faz com que eu me sinta bem — falo.

— Ei, eu perguntei como tinha sido a gravação do vídeo, não foi sobre seus amassos com ele não! — Ele diz e começo a ri.

— Ah, você não especificou.

— Não sabia que estava rolando algo entre vocês — coça a cabeça e fica olhando pra cima. — Não... calma... então teve alguma coisa? Minha irmãzinha desencalhou? — ele ri.

— Para, na verdade foi só hoje, por isso não te falei nada.

— Se ele te faz bem, eu fico feliz que você esteja feliz — fico contente pela resposta dele. — Mas quero conhece-lo, porque se ele fizer minha irmãzinha sofrer... ele vai se arrepender.

— Amanhã ele vem me buscar pra festa na piscina na casa do Justin, ai você conhece ele, tudo bem?

— Certo. Já que você vai sair, eu também vou sair com a Sara e a Emily, ok? — Ele pergunta e eu assinto.

Quando ele saiu do quarto fiquei pensando um pouco sobre tudo que tinha acontecido, foi tudo tão perfeito que é até difícil de acreditar. Demorei um pouco e dormi.

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