Não era para ter sido uma surpresa, mas Miranda ainda perdeu o fôlego quando pisou do lado de fora daquela sala e deu de cara com a praia. Sem elevadores ou escadas, foi direto da cobertura para a saída no térreo, o sol a pino esquentando sua pele e fazendo-a fechar os olhos.
Como isso é possível?
Caminhou pela calçada, sentindo bem a textura da areia trazida pelo vento no concreto sob os chinelos. Foi na direção do mar.
Dali escutava apenas a natureza: o som do movimento e do bater das ondas, o dançar das palmeiras, o grito dos pássaros. Nada da poluição sonora humana que costumava acompanhar suas experiências na praia, ou seja, nada de música alta, comerciais