A primeira chamada não foi atendida.
A segunda também não.
Somente na terceira chamada houve uma resposta.
- Alô, Beatriz, você não tinha dito que eu poderia te convidar para jantar esta noite? Onde você está? Por que ainda não chegou? - Ademir tomou a iniciativa.
- Desculpe, estou presa em um compromisso e não posso sair agora. - Beatriz soou hesitante.
- Ah, entendi. Tem alguma ideia de que horas conseguirá chegar? - Ademir perguntou novamente.
- Vou jantar com um cliente; provavelmente não conseguirei vir hoje. Desculpe. -A voz de Beatriz soava estranha.
- Tudo bem, o trabalho vem primeiro. Então, vou deixá-la resolver seus assuntos. - Ademir foi muito compreensivo. Ficou um pouco decepcionado, mas entendeu o caso.
- Certo, eu te convido para jantar outra hora.
- Combinado.
Ademir esboçou um leve sorriso e quando estava prestes a desligar o telefone, do outro lado da linha, uma familiar voz masculina interrompeu:
- Beatriz, com quem você está falando? Venha logo aqui e me faça compa