Na porta da frente, Karina abraçava Joyce.
Joyce estava deitada no ombro da mãe e murmurou baixinho:
— Mamãe, a Joyce está com fome.
— A Joyce está com fome? — Karina beijou a bochecha da filha. — Daqui a pouco, quando a gente chegar em casa, a mamãe faz um macarrão para você comer, tá bom?
— Tá bom! — Joyce assentiu animada, balançando a cabeça sem parar.
— Que menina boazinha.
Ademir se aproximou lentamente por trás.
Karina não o viu, mas Joyce sim. Ela olhou para ele e sorriu:
— Tio!
Karina congelou por um instante e se virou para olhar.
Ademir também ficou surpreso. Joyce parecia gostar muito dele.
Os dois se encararam, e um breve constrangimento surgiu entre eles.
— Sr. Ademir.
Ademir fez um leve aceno com a cabeça.
Eles ficaram ali de pé, com a brisa da noite soprando levemente.
Ademir levantou a mão e afagou a cabeça de Joyce, lançando um olhar de canto para a mãe dela, querendo perguntar quando tinha voltado.
Mas, quando abriu a boca, sua voz saiu fria e distante:
— Já vão embo