Ao se lembrar de que ela não podia enxergar, o tom de Ademir foi se tornando cada vez mais suave:
— Não precisa se preocupar, seus olhos vão melhorar, tudo vai ficar bem.
Com medo de que ela ficasse abatida, ele falou sobre o bebê:
— Quando a criança nasceu, chorou tão alto.
Karina ouviu em silêncio, com um leve sorriso nos lábios.
Sim, embora a dor naquela hora fosse insuportável, ela também havia escutado.
— Ah, já pensou no nome da bebê?
Karina ficou paralisada, balançando a cabeça lentamente.
Na verdade, ela ainda não tinha pensado nisso.
— Então... — Ademir entendeu. — Não precisa decidir o nome completo agora, o avô deve ter algum plano. Podemos escolher um apelido primeiro. O que acha?
Karina continuou em silêncio, incapaz de pensar em algum nome naquele momento.
— Eu tenho uma ideia. — Disse Ademir com um leve sorriso. — Que tal Joyce?
Joyce?
Karina repetiu o nome mentalmente. Achou o nome bem fofo.
— Gostou? — Ademir observava sua expressão com cuidado. — Vamos chamá-la de Joy