Fábio pensava assim em seu coração, mas disse em voz alta:
- Você é que está morto, meu pai não vai morrer, você é um homem mau.
Antônio não gostava de crianças, especialmente desse garoto à sua frente. Ouvir o choro dele só aumentava sua impaciência.
- Pare de chorar.
- Não.
Fábio continuou fingindo chorar, sem derramar nenhuma lágrima.
Antônio não podia ver que era falso, preocupado que Francisca o visse assim quando saísse do exame, ele ficou irritado.
- Seu pai não morreu.
- Mas você amaldiçoou meu pai!
Fábio chorou ainda mais alto.
Antônio ficou ainda mais irritado:
- Pare de chorar, eu estava brincando.
Fábio não esperava que seu pai fosse se rebaixar desse jeito. Ele olhou para o relógio na parede e percebeu que era porque estava quase na hora do exame de sua mãe. Parece que seu pai ainda tinha medo de sua mãe. Ele poderia aproveitar essa oportunidade.
- Você é adulto, como pode brincar assim? Meu pai morreu, eu quero voltar para o país A com minha mãe e visitar o túmulo do meu