Antônio soltava palavrões enquanto beijava Francisca.
- O que você quer que eu faça pra você retirar essa ação? Fale o que você quer que eu te dê, só me diga e eu faço!
Antônio não tinha medo de perder o processo, mas sim de não suportar a ideia de ser deixado por ela. Se o tribunal decretasse o divórcio, ele não saberia mais como mantê-la presa a ele.
- Basta você dizer, e eu te dou o que você quiser!
Francisca se debatia tentando se esquivar dele.
Ao ver que ela não respondia, Antônio indagou com seriedade:
- Foi o Henrique que entrou em contato com você, não foi?
Francisca o repeliu:
- Eu não quero nada...
Antônio não acreditava. Ele a mantinha firmemente abraçada. O carro estava parado à beira da estrada, a nevasca caía sem cessar. O céu escurecia lá fora e Antônio não a soltava, apertando-a ainda mais quando ela tentava se mover. Francisca baixou os olhos:
- Antônio, você se apaixonou por mim?
Ela já havia perguntado isso antes, sem certeza, mas agora parecia ter alguma convicção.