- Dr. Severino, você está dizendo que Tati de repente teve febre e a doença piorou por uma questão de probabilidade? Foi só uma coincidência que os remédios de ontem à noite não surtiram efeito? – Questionou Guilherme.
Guilherme se recostou na cadeira, com uma postura claramente preguiçosa, mas que, paradoxalmente, transmitia uma forte sensação de pressão.
Severino quase imediatamente sentiu vontade de contar toda a verdade ao cruzar olhares com ele.
Felizmente, manteve um pouco de lucidez, talvez devido ao tempo que passaram juntos no último mês, o que o fez acreditar que, no fundo, Guilherme possuía um lado mais ameno. Mesmo que fosse apenas uma fachada, isso deu a Severino um certo alívio.
Ele se esforçou para controlar todas as emoções.
- De fato, não há outros problemas. – Afirmou Severino.
- Se não há problemas, por que está tão nervoso, Dr. Severino? – Retrucou Guilherme com seus olhos negros e penetrantes ainda fixos em Severino.
Severino abaixou a cabeça, sem ousar encarar