Não sabia por quê, mas Sílvio, agora, ao encarar Lúcia, já não sentia a menor vontade de discutir. Talvez fosse porque estava cada vez mais apaixonado por ela. Ou, quem sabe, por saber que seu tempo estava contado e querer aproveitar os últimos dias em paz. Não tinha certeza. Só sabia que sua paciência, antes tão curta, tinha sido completamente moldada por essa mulher.
Ela se recusava a comer, e aquilo não poderia continuar. Se ela não ligava para sua própria saúde, ele se importava.
Sílvio caminhou até a sala, pegou o maço de cigarros sobre a mesinha de centro, tirou um deles e o colocou entre os lábios. Abaixou-se para acender o isqueiro, fazendo a chama iluminar brevemente seu rosto cansado.
Com o cigarro entre os dedos, ele pegou o celular e ligou para Leopoldo:
— Chame a Marina para vir cuidar da Sra. Lúcia.
— Sim, Sr. Sílvio. O senhor tem uma reunião à tarde. O senhor...
— Estou indo agora.
Com o cigarro ainda aceso e o celular na mão, Sílvio desceu as escadas. Sabia que não lhe