Ao ouvir aquelas palavras, Lúcia apertou ainda mais o copo de vidro em suas mãos.
— Você não estava sempre ocupado com o trabalho? Já terminou tudo?
Sílvio não esperava que ela mudasse de assunto para algo tão irrelevante.
— Vai embora. Não precisa se preocupar se eu vou viver ou morrer. — Lúcia abaixou os olhos e olhou para a água no copo. Antes, a água ainda estava morna, mas agora começava a esfriar.
Seria isso um sinal de que seu corpo, assim como aquela água, também estaria ficando cada vez mais frio?
— Lúcia, seja razoável. Nós combinamos. Eu me divorcio, e você aceita o tratamento.
— Sílvio, nós já estamos divorciados. Minha vida ou morte realmente importa tanto para você?
— O quê?
— Ou será que você acha que a morte dos meus pais não foi suficiente? Que você ainda não me torturou o bastante e quer continuar me mantendo viva só para me fazer sofrer um pouco mais?
— É assim que você me vê? — Sílvio estreitou os olhos. Ele a amava, queria que ela vivesse. Estava até disposto a arr