O corpo de Lúcia, coberto pelo pijama do hospital, encostava-se na beira da cama. Seus olhos pousaram no rosto de Sílvio ao seu lado.
O olhar dele transbordava expectativa e esperança. Era o mesmo olhar que ela já teve um dia. A ironia estava em como agora os papéis haviam se invertido.
— Sílvio, vamos nos divorciar. — Disse Lúcia com uma voz suave, mas com o rosto marcado pelo cansaço.
Ao ouvir essas palavras, o brilho de esperança nos olhos de Sílvio se apagou de imediato, como estrelas desaparecendo uma a uma no céu noturno.
As mãos de Sílvio, caídas ao lado do corpo, se fecharam em punhos. Ele sentiu os músculos do corpo se enrijecerem, como se estivesse tentando processar o que acabara de ouvir. Será que tinha entendido errado?
O silêncio caiu pesado entre eles.
Lúcia percebeu que ele não respondia e pensou que ele não tivesse escutado. Então, repetiu, em um tom mais firme:
— Sílvio, eu disse, vamos nos divorciar. Você ouviu?
A impaciência transparecia em sua voz.
— Hoje não é Dia