— Você quer que eu morra? — Sílvio perguntou, avançando em direção à porta onde Lúcia estava. Seus olhos semicerrados carregavam uma intensidade ameaçadora.
A luz da lua banhava o perfil de Sílvio, projetando uma longa sombra no chão. Aquela sombra transmitia uma tristeza profunda, um isolamento melancólico que parecia refletir sua alma.
Lúcia o encarou, recuando alguns passos:
— Quero.
— Você acha que eu sou o assassino? Não importa o quanto eu explique, você sempre vai pensar que estou mentindo? — Continuou Sílvio, aproximando-se cada vez mais.
Lúcia continuava recuando, mantendo a distância daquele homem que tanto desprezava:
— Sim.
Ao ouvir isso, os olhos de Sílvio ficaram rapidamente vermelhos. Ele a encarou com uma mistura de raiva e mágoa.
Por um instante, Lúcia percebeu uma expressão de tristeza nos olhos dele. Mas o que ele tinha para se sentir assim? Que direito tinha de se sentir injustiçado?
Ela lembrou a si mesma: "Lúcia, pense nos seus pais. Não se deixe enganar por essa