Ele vestia apenas uma camisa preta, com a gravata frouxa no pescoço, e no pulso, um relógio caríssimo. Sob a luz do lustre luxuoso, que brilhava com intensidade, Sílvio parecia ainda mais imponente e refinado. Era como um vinho envelhecido: quanto mais o tempo passava, mais seu charme aumentava.
Sílvio estava recostado na cadeira, com ar de tédio, segurando um cigarro entre os dedos. Quando a gerente entrou, rebolando, ele inalou a fumaça e a observou se aproximar, sorrindo de maneira provocante:
— Sr. Sílvio, me desculpe pelo atraso. Espero não ter feito você esperar muito.
Ela fechou a porta e, sem hesitar, pegou a garrafa de vinho na mesa, servindo uma taça para ele.
Sílvio não recusou o vinho que ela lhe ofereceu. Pegou a taça e tomou um gole.
A mulher ficou radiante. Para ela, esse era um sinal claro de que Sílvio estava interessado. Homens, afinal, eram todos iguais. Casados ou não, sempre sucumbiam à beleza de uma mulher atraente.
Sílvio mal tocou na comida. Embora a mesa estive