- Quem?
Os olhos turvos da velha passearam pelo rosto de Lúcia, percebendo que ela não era moradora do Bairro das Árvores.
Lúcia entendeu que a velha estava com a audição comprometida pela idade e, aproximando-se do ouvido dela, elevou a voz:
- Sílvio! Sílvio!
A velha ficou pensativa por um momento e, então, assentiu:
- Conheço, conheço sim. Somos do mesmo vilarejo, como não iria conhecê-lo?
Lúcia tirou uma nota da carteira e a estendeu para a velha:
- Dona, a senhora pode me levar até a casa dele? Esses cem reais são para você.
- Claro, claro.
Os olhos apagados da velha brilharam instantaneamente.
Neste vilarejo, a maioria dos moradores eram idosos. Os jovens saíam para trabalhar e raramente voltavam para casa. Os idosos, sem dinheiro e força para trabalhar, viviam com muitas dificuldades.
A velha agarrou a nota da mão de Lúcia rapidamente, como se temesse que ela se arrependesse:
- Filha, eu te levo lá.
Seguiram por um caminho estreito entre os campos, onde Lúcia pisava nas folh