Apocalipse Nuclear
Apocalipse Nuclear
Por: Biel C.P.
Contaminação

      Era só mais um dia na vida de Richard de Castro, um homem de 37 anos, pele branca e cabelos ondulados castanhos, saiu de casa e levou sua filha Julia, uma menina de 10 anos, cabelos longos lisos, para a escola, andando pela cidade de São Paulo sem emprego e dinheiro ele pensa.

— Mais um dia de preocupações e dívidas que não consigo pagar.

Ele pensa em pedir dinheiro emprestado a alguns amigos, mas desiste da ideia sabendo que não teria como pagar depois, achou melhor pedir a seu Pai José um homem velho e gordo, 60 anos, de cabelos longos e brancos.

— Isso! vou pedir a ele, não vai cobrar depois...eu acho.

Ao chegar lá com certas esperanças.

— Oi pai. —Após bater na porta e ele atender.

— Oi.

— Só oi? Me dá um abraço pô, faz tempo que não te vejo.

Ele pôs a mão no peito de Richard e disse:

— Deixa de enrolação e diz logo o que você quer?

Richard surpreso diz.

— Quero só ver meu velho pai, o que é? não posso mais? —rindo.

José o olha com cara feia e diz.

— Você quer dinheiro né?

— Nossa virou vidente agora é? Sim eu preciso de um pouco sabe, pra escola da Julia e umas contas, juro que é a última vez.

— Contas? ou dívidas?

— Olha eu só preciso de um pouco ok?

— Não. —Disse José bravo— se quiser dinheiro eu te ajudo, mas não vou dar mais nada de graça pra você. Entre.

quando Richard entrou estava passando uma reportagem na T.V. de pessoas enlouquecidas, curioso ele pergunta.

— O que é isso?

Seu pai responde com rispidez.

— Sei lá, provavelmente não é nada, não estava assistindo, venha cá me ajudar com essa papelada

— O que são esses papéis?

— Seus currículos.

— Mas pra que isso?

— Você não quer dinheiro? então vou te levar até um amigo que pode te dar um emprego, se ele não puder te ajudar, pelo menos agora você tem os currículos em mãos, pode sair por aí distribuindo, você com esse sonho nem pensou em ir atrás deles.

— Eu sei que vou conseguir, por isso não fui atrás dos currículos, só preciso de dinheiro pra ajeitar as coisas.

— Já ouvi essa história um milhão de vezes Richard!

— Ah esqueça o que eu disse, você não liga mesmo, que emprego é esse?

— Eu me importo sim! emprego de segurança numa boate, você é forte pode lidar com alguma situação indesejada.

Richard achou ruim logo de cara já que nesses lugares só frequentam nóias, traficantes e putas.

— Julia vai odiar saber que nosso dinheiro vem de um lugar assim, mas eu aceito é minha única opção por enquanto, me prometa que ela não ficara sabendo ok?

— Ok.

— Mas pra esse tipo de trabalho precisa de currículo?

— De alguns sim, pra provar que você consegue lidar com algum nóia bêbado, agora vamos.

— Ok.

Na rua dentro do carro eles conversam mais um pouco já que estava trânsito...estranho.

— Olha pai...eu agradeço a ajuda, mas eu ia resolver tudo com um pouco de grana sabe?

José responde gritando.

— IA PORRA NENHUMA! VOCÊ DA SEMPRE A MESMA DESCULPA QUE VAI RESOLVER TUDO COM UM POUCO DE DINHEIRO, MAS NÃO, VOCÊ NÃO TEM NEM CAPACIDADE DE MANTER UMA FAMÍLIA UNIDA!

Nessa hora em meio as buzinas do trânsito eles começam a discutir.

— DESSA VEZ IA SER DIFERENTE TA BOM? JA TINHA TUDO PLANEJADO OK E ELA ME LARGOU POR QUE PENSA IGUAL O SENHOR NUNCA DEIXA EU IR ATÉ O FINAL DAS MINHAS IDEIAS.

— QUE IDEAIS? DE SER MÚSICO? AQUI ISSO NAO DA DINHEIRO NEM FUTURO RICHARD, POR FAVOR ABRA OS OLHOS!

— PELO MENOS TO SEGUINDO MEU SONHO, DIFERENTE DE VOCÊS EU NÃO PENSO SÓ NA GRANA, PENSO EM FAZER ALGO QUE GOSTO, GANHAR DINHEIRO E SATISFAÇÃO COM MEU DOM!

— SONHO ESTÚPIDO.

Richard olha para o lado do motorista e grita.

— CUIDAD...

Nessa hora numa encruzilhada um carro os acerta com tudo fazendo os capotar.

                                                       ...

      Enquanto isso na escola da Julia as crianças estão na sala fazendo atividades e a professora diz.

— Crianças, quem já terminou a atividade pode entregar e ir pro intervalo.

Julia se vira para o lado e fala.

— Ei Clara já acabou?

— Estou quase espera aí.

— Anda logo —Julia fala rindo e puxando a amiga.

— Para de apressar, quer que o meu fique horrível igual o seu. —Falou rindo com tom de brincadeira.

Nesse momento, uma menina de descendência indiana chamada Lúcia que estava na cadeira da frente grita.

— DÁ PRA DUAS CALAREM A BOCA?

As meninas olham para Lúcia espantadas e as três ficam mudas por alguns segundos, logo ambas abrem um sorriso e dão gargalhadas e Julia fala.

— Nossa Lú, pra que esse estresse?

— Não é estresse, é só pra vocês andarem logo, não quero ir pro intervalo sozinha, e além do mais, podem ficar aí o dia todo, o meu sempre será mais bonito que o de vocês duas.

— Nossa que metida —disse Clara— então mostra o seu.

— Pra vocês copiarem? Nem pensar queridas.

— Só se for a Clara pois eu nunca copiei nada. —Disse Julia.

— Copiar nada, o desenho deve ser mais feio que essa cicatriz no seu nariz Lú. —Risos.

Lúcia fica brava e fala.

— Quer levar na cara aqui ou mais tarde garota?

Clara com medo fala com um sorrisinho bobo.

— Calma Lú, é brincadeira.

Lúcia abre um grande sorriso e fala.

— Bom, pelo menos você nunca terá olhos verdes e lindo assim como os meus.

— Ei chega disso, —disse Julia— Clara termina logo pra gente ir!

A menina termina correndo e entrega a atividade.

— Pronto! Vamos meninas.

Lúcia levanta as mãos para o céu e diz.

— Finalmente!

Ambas riem muito e se vão para o intervalo brincar e lanchar, quando de repente elas passam por uns alunos mais velhos que estavam vendo uma televisão portátil e Julia fala.

— Vamos ver a televisão portátil daqueles garotos mais velhos? Parece ser interessante.

— Boa Ju, nunca temos nada de legal pra fazer nesses intervalos mesmo.

— O interessante mesmo são os garotos —disse Lúcia— só gatinho meu Deus!

— Lúcia sendo tarada como sempre. —Disse Julia rindo.

Lúcia já se estressando diz.

— E vocês não acham?

— Achamos, —disse Clara— mas bem menos que você repetente

Lúcia fecha o punho e fala.

— Hoje você está realmente querendo apanhar né?

— Eu não, só falando a verdade né Ju?

— Hoje vocês estão fogo em, —disse Julia— vamos logo ver.

Elas vão chegando perto discretamente para ver e Lúcia fala para Julia.

— Ju, eu vou ir no banheiro.

— Mas assim você vai perder. —Disse Clara.

— E você quer que eu exploda garota?

Clara fica calada e Julia fala.

— Vai rápido então Lú!

Lúcia sai correndo e as garotas começam a ver, e lá estava passando uma reportagem e nela a repórter dizia.

— Houve um incidente numa Usina Nuclear clandestina da cidade de Nova York, os trabalhadores já foram detidos ... um deles está ali vamos entrevista-lo.

Quando a repórter se aproxima do trabalhador e o questiona do que eles faziam lá e o que causou o acidente, o trabalhador começa a gritar e se contorcer atacando a todos que estão por perto e o mesmo acontece com os outros que já tinham sido detidos, a transmissão é cortada.

Um dos alunos diz.

— Eita, será montagem?

Outro aluno diz.

— Acho que é comercial pra um filme e você achando que era uma reportagem —fala rindo.

Julia exclamou com a amiga.

— Que doideira foi essa?

— Sem dúvidas é falso —disse rindo muito.

— Talvez.

Nessa hora, gritos de todas as partes de fora dos muros da escola começaram junto com barulhos de buzinas (gritos de desespero e pedidos de socorro), as meninas pularam de susto, os portões da escola que estavam trancados começaram a ser esmurrados como se alguém quisesse entrar, crianças e adolescentes começaram a correr quando ouviram barulhos de tiros, todos acharam que era um atentado de algum aluno na escola, foi então que um dos alunos desesperado pra fugir abriu o protão e no mesmo instante ele começou a ser rasgado e atacado por pessoas enlouquecidas que adentraram na escola, Julia aterrorizada só conseguia puxar sua amiga que ficou paralisada por ter visto aquela atrocidade.

                                                      ...

      Richard e seu pai, felizmente após o carro capotar na batida, nada de grave aconteceu com eles, Richard havia desmaiado por uns minutos, mas já estava acordando e se depara com seu pai fora do carro no chão se debatendo com alguém em cima dele tentando atacá-lo, Richard se levanta rapidamente e meio tonto ele chama a atenção da pessoa.

— Ei!!! pare com isso agora.

quando a pessoa se vira, Richard toma um susto com a aparência dela, pois ela não tinha pelos no corpo e havia algumas veias ressaltadas, estava com sangue na boca e olhos, olhos insanos pensou Richard, a pessoa veio rápido em sua direção gritando e Richard a segurou pondo a mão em seu peito dizendo desesperado enquanto ela tentava o morder.

— Ei cara, que porra é esse?

Richard a joga de lado e fala.

— Para com isso cara, o que você tem?

A pessoa se levanta e avança de novo em Richard que dá uns passos para trás, ela agarra Richard e os dois caem no chão, quase conseguindo morder o pescoço de Richard ele põe o pé no peito da pessoa e a empurra.

— SAI DE CIMA PORRA!

Mas a pessoas não desiste e vai novamente para cima dele, José grita de longe.

— No porta-luvas Richard!

Richard vai engatinhando rapidamente até o lá, mas a pessoa o agarra, Richard segura em seu pescoço com a mão esquerda para impedi-la de morde-lo e com a direta, sem poder ver já que estava olhando para aquela coisa, desesperadamente ele procura o porta-luvas, quando a coisa estava quase conseguindo morde-lo, ele acha a maçaneta do porta-luvas e pega um revólver calibre 38 de cabo preto e bate com ele na cabeça da coisa e a empurra, Richard se levanta e aponta a arma tremendo, a coisa grita e se levanta vindo em direção a ele.

— Não quero atirar cara, para com isso porra!

Sem hesitar a coisa vai para cima e José grita.

— Atira!!!

Tremendo muito Richard aperta o gatilho bem na cabeça da coisa, ela cai morta no chão, extremamente assustado ele vai até seu pai e o ajuda a levantar

— Você está bem pai?

— Estou, foi só um susto graças a Deus.

— O que está acontecendo?

— Não sei, mas isso está um caos.

Richard olha em volta e vê lugares, carros destruídos e pegando fogo e pessoas mortas ou sendo mortas nas ruas, mais daquelas coisas por todos os lugares, gritos de dor e desespero em toda parte

— Temos que sair daqui pai!

— Julia está na escola certo?

— Sim!

— Vamos até lá, ver se ela está bem.

Ofegante e assustado Richard fala.

— Ok. Só espero não ter que usar sua arma de novo.

— Tem sorte que eu sempre ando preparado. Vamos!

                                                          ...

      Na escola que já estava tomada por essas coisas, Julia estava tentando arrastar sua amiga em choque pra algum lugar seguro dizendo desesperada.

— Precisamos encontrar a Lúcia.

Até que um deles chegou perto e mordeu o braço de Clara, a menina gritou desesperadamente por ajuda, mas não havia nada que Julia pudesse fazer ao invés de correr e deixar sua melhor amiga morrer gritando, Julia começou a correr pelos corredores da escola sem rumo e com medo, até que um carro desgovernado derrubou uma parte do muro da escola e então Julia viu uma oportunidade de escapar daquele inferno.

Richard e seu pai chegando na escola se depararam com o com o caos que lá estava e também avistaram o buraco no muro, indo até lá deram de cara com Julia em pânico total, Julia também os avistou e correu em direção a seu pai e avô, disse chorando e soluçando.

— Papai, o que está acontecendo? vi pessoas loucas que pareciam monstros e minha melhor amiga ser morta na minha frente.

Richard a abraça e fala.

— Calma docinho calma, vamos sair daqui primeiro.

— Vamos pegar um desses carros abandonados. — Disse José.

— Está tudo bem agora docinho fica calma ok?

Julia responde chorando.

— Ok.

O carro escolhido era um táxi, José conseguiu fazer uma ligação direta e finalmente eles saíram dali.

Já dentro o carro em movimento eles conversam.

— O que aconteceu? —Disse Julia.

— Eu não sei filha.

Julia começa a olhar pela janela do táxi e Richard a repreende.

— Não olhe para fora filha.

A menina obedece imediatamente., pois lá só havia gente sendo morta e destruição desenfreada.

— Deve ser o acidente nos U.S.A. aquela usina.

— Eu vi na televisão portátil de uns alunos sobre isso mesmo vovô, mas achei que era lá o acidente não aqui no Brasil e essas coisas eu achei que eram montagens.

— Radiação Ju, pode ter vindo com o vento como foi com Chernobyl.

— Mas que tipo de radiação é essa que deixa as pessoas insanas? —Disse Richard.

— Você não viu? —disse José— Era uma usina clandestina, vai saber o que estavam fazendo lá.

José suspirou e disse:

— Já deve ter chegado no mundo inteiro, a pergunta é: e agora?

Richard assustado com tudo aquilo e vendo passando de carro pelo inferno na Terra fala.

— Puta merda.

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