Apenas um Corte

      Richard não queria demostrar, mas estava com medo do que poderia encontrar no caminho, afinal o mundo havia acabado e tinha essas coisas por toda parte, segura tão forte seu facão que sua mão chegava a suar, a casa que eles estavam era meio isolada, mas para achar comida ele ia ter que ir até uma área com casas, chegando nessa área Richard viu carros capotados, outros pegando fogo, muitas pessoas mortas no chão, o cheiro era horrível, também avistara ao longe umas daquelas coisas caminhando e até devorando pessoas mortas e ainda vivas, a cidade que Richard havia crescido era agora um antro de morte e dor. Caminhando com muito medo e cautela ele adentra umas lojas e pega uma bolsa escolar para guardar o que achar no caminho, fui adentrar em uma casa, mas lá havia duas daquelas coisas, Richard se escondeu do lado de fora e vendo que as coisas não saiam, resolve atraí-los para fora jogando uma pedra num para-brisa, barulho os atraia, foi isso que ele concluiu e entrando de mansinho na casa, ele achou algumas coisas bem úteis na geladeira, ele foi em mais três casas coletando comida e remédios, o que havia sobrado na verdade, mas foi ao entrar na quarta casa, e começar a procurar nos armários que um cano de arma encostou em sua cabeça e ele ouviu.

— Tire suas mãos imundas das nossas coisas seu cuzão!

Richard havia deixado seu facão no chão para vasculhar, ergueu as mãos e disse:

— E-eu não sou uma daquelas coisas.

— Eu sei que não é, se levante e vire-se!

Richard o faz devagar e ao se virar e olhar, quem segurava a arma era uma garota com um Black Power.

— Acalme-se, eu me chamo Richard de Castro.

— Foda se o seu nome! Você está roubando nossas coisas.

— Não estou roubando nada, não sabia que essas coisas tinham dono.

Nessa hora nas frestas da porta que levava à sala, Richard vê uma criancinha e ela fala segurando um brinquedo.

— Mamãe? Está tudo bem?

Richard ficou surpreso e a garota disse enquanto o encarava como um tigre.

— Volte para o colchão Vitor! Vai ficar tudo bem.

A criancinha obedeceu rapidamente e Richard disse:

— Olha, eu não queria incomodar, pensei que está casa estava vazia assim como as outras, me desculpe.

— Pois é, não está, agora sai daqui antes que eu atire na sua cabeça!

— Ok, posso pegar meu facão?

— Pega logo e vaza cara!

Richard pega seu facão e sai da casa, muito pensativo sobre aquela garota e a criancinha, bom a procura de suprimentos não havia acabado ainda, indo até outras casas e sempre se esquivando das coisas, ele havia conseguiu bastante suprimentos e já estava quase escurecendo, achou que era o bastante e resolveu voltar, mas ia passar pela casa da garota, nem ele sabia explicar o porquê faria isso, mas ficaria mais confortável assim, chegando perto da casa, Richard toma um susto com a visão. A casa estava com uma parte pegando fogo e as coisas estavam ao redor querendo entrar, Richard sem hesitar correu em direção a casa, as coisas o notaram e ele não teve escolha, dessa vez ele não podia fugir, aquela garota estava em perigo e ele não podia ficar sem fazer nada, segurando o facão bem forte e sua respiração estava forte, Richard foi andando e matando as coisas, enfiando o facão no peito de uns, arrancando a cabeça de outros, passando pelo fogo ele consegue adentrar na casa e encontra a garota abraçada com a criança no chão.

— Vem comigo!

Ele estende a mão e ela aponta o dedo e fala.

— Atrás de você!

Uma das coisas ataca Richard, ambos caem no chão e seu facão voa para longe dele, o fogo se aproximava a garota pega a arma e joga para perto de Richard.

— Pega a arma!

Richard pega a arma com uma mão e atira na cabeça da coisa, se levanta rapidamente, guarda a rama na cintura e recupera seu facão, chegando perto da garota ela fala com dor.

— Minha perna está machucada, leva meu filho!

Richard balança a cabeça em sinal negativo e fala.

— Vou levar vocês dois.

Ele retira os suprimentos da mochila e coloca a criança nela e apõe nas costas.

— Segura no meu pescoço! —Richard disse à criancinha.

Em seguida ele pega a garota no colo e sai dali o mais rápido possível, conseguindo despistar as coisas e entrando em outra casa.

— Acho que podemos ficar aqui —Disse Richard.

Colocou a garota num sofá e retirou a mochila das costas com a criancinha, foi até a garota com uma lanterna e disse:

— Deixa eu dar uma olhada na sua perna, tem muito sangue!

Ela move a perna e geme de dor.

— Não toque em mim!

Richard insisti dizendo.

— Você precisa de ajuda, me deixe ajudar!

— Não foi nada, —ela olha para a ferida— foi apenas um corte, posso me virar sozinha.

Ela tenta levantar, mas sua perna fraqueja de dor, quando ia cair no chão Richard a segura e fala.

— Ei, eu vou te ajudar, você querendo ou não!

Ele a coloca no sofá de novo e ergue a barra da calça e fala.

— O que causou isso?

— Pra que você quer saber?

— Bom, eu salvei você e seu filho.

A garota hesita um pouco mas acaba falando.

— Eu deixei umas velas pra iluminar, me distrai por um segundo e o Vitor derrubou algumas delas que caíram em cima de uns panos e assim começou o fogo, por sorte não o queimou, mas atraiu algumas daquelas coisas, elas começaram a entrar na casa e me surpreenderam, com o susto eu cai na mesa de vidro que estava na sala, foi assim que eu me cortei, o resto você já sabe.

Richard dá uma risadinha e fala.

— Criança é fogo, eu tenho uma filha de 10 anos.

Richard rasga um pedaço da sua jaqueta xadrez e amarra no ferimento da garota.

— Isso vai ajudar com o sangramento.

— Valeu cara!

— Eu tinha umas coisas que poderiam ajudar bem mais na minha mochila.

— Aquela que você carregou meu filho?

— Sim, mas tive que jogar fora, pra ajudar vocês dois.

A garota impressionada disse:

— Por que você está ajudando a gente, você disse que tem filha, essas coisas eram pra sua filha! por que jogou fora pra nos ajudar? Nem te conhecemos!

— Eu sei, mas minha filha está bem com o avô dela em uma casa meio isolada, e vocês precisavam, eu posso achar mais suprimentos por aí, mas talvez não ache mais vidas por aí.

— Você nos ajudou só por ajudar? Sem segundas intenções?

— Isso. Por que achou que eu tinha segundas intenções?

— Todos tem hoje em dia, todos que eu conheci são uns cuzões.

— Pelo jeito que você fala, já deve ter passado por maus bocados.

A garota se cala e olha para o chão.

— Você disse que o menino é seu filho, mas você é muito nova pra isso, tem o que? Uns 20 anos?

— 25, —disse a garota— sim eu tive filho cedo. Desculpe não me apresentar antes, eu me chamo Isa.

— Prazer, onde está o pai dele?

— Ele é outro cuzão que entrou na minha vida, foi sem querer que aconteceu, mas quando ele se ligou que seria pai, inventou uma desculpa ridícula e se foi, nunca mais o vi e meus pais não ajudavam, quando Vitor tinha 1 ano, eles ficavam me criticando, me xingando de vagabunda, a única coisa que eles não entendiam é que eu não pedi pra nada disso rolar, foi um acidente e acidentes acontecem, eu não pedi para aquela camisinha estourar, muito menos para meu companheiro ser um covarde, nas horas boas ele dizia que estaria comigo pra tudo, mas foi ocorrer a primeira hora ruim e ele desaparecer o mais rápido possível. Meus pais me expulsaram de casa com a desculpa de que se eu tinha capacidade de ter um filho eu deveria ter capacidade de criá-lo sozinha, eu trabalhava como garçonete em um restaurante, deixava o Vitor com uma amiga minha que por sorte não cobrava, eu sofria abusos naquele lugar infernal, olhares constrangedores, e também ouvia coisas obscenas todos os dias por um salaria muito pequeno.

— Minha nossa!

— Foi assim durante uns dois anos, até que felizmente o mundo acabou, e era só eu e o Vitor, eu o amo mais que tudo nesse nessa vida e não confio em ninguém, por isso somos só nós dois, desculpe tê-lo tratado daquela forma Richard, mas depois de passar por tudo isso é difícil confiar em outra pessoa.

— Eu te entendo Isa, também fui abandonado numa hora muito difícil de minha vida.

— Ah é? Me conte.

— Fui abandonado pela minha esposa, eu e minha filha na verdade, eu queria ser músico, e ela não acreditava que eu conseguiria, foi embora no momento em que nós mais precisávamos dela.

— Hum, parece que somos dois fudidos pela vida.

Richard solta um sorriso e fala.

— Acho que sim.

— Você disse que sua filha e o avô dela estão numa casa isolada, por que você saiu de lá?

— Eu vim buscar suprimentos, mas na verdade eu sai por causa do meu pai, mesmo o mundo tendo acabado, ele fica me culpando pelo passado, falando na minha cabeça, acho que ele não entendeu ainda o que está rolando ... eu vim esfriar a cabeça.

— Sei como é você estra com problemas maiores e as pessoas ficam só falando e falando.

— Foda. Bom —Richard se levanta— Vou ver se acho algo pra sua perna nessa casa. Ah quase esqueci —ele bota a mão na cintura e retira a arma— toma sua arma de volta.

— Pode ficar, só tinha uma bala e você já a usou.

— Certeza?

— Sim! Afinal barulho os atrai, mas acho que você já sabia disso.

Richard abre um pequeno sorriso.

— Vou ver o que acho.

— Ok.

Richard com sua lanterna começa a vasculhar a casa indo em banheiros, quartos, cozinha, até que por sorte achou um pouco de álcool, voltou para Isa e disse mostrando o que havia achado.

— Isso deve servir.

Isa faz uma cara feia fala.

— Nunca joguei álcool em um machucado meu, sei que dói muito.

— Pois é, mas é necessário.

Ele se agacha, retira o curativo improvisado e fala.

— Pronta?

Ela rasga um pedaço do sofá e o segura em sua mão.

— Pronta! Eu acho.

Richard começa a jogar o álcool devagar e Isa se retorcia de dor, ela aperta com muita força o pedaço do sofá.

— Puta merda!

— Já vai passar, aguente mais um pouco.

Richard coloca o álcool, de lado e rasga mais um pedaço de sua jaqueta e faz um novo curativo.

— Assim vai ficar bem melhor, limpo.

Isa estava com a respiração funda e disse olhando para o curativo.

— Pelo menos a dor passou, odeio álcool, a não ser que seja pra beber.

Ambos deram risadas.

— Em horas como essa de dificuldade eu bebia um pouco, —disse Isa— só pra esquecer todas as merdas. E você? Bebe também?

— Só bebia com os amigos, depois que minha filha nasceu eu parei.

— Nunca é tarde pra voltar em.

Richard deu risadas e fala.

— No momento temos que ficar cada vez mais esperto.

— Verdade.

Richard se levanta e fala.

— É bom você dormir um pouco.

— Eu já estava pensando nisso mesmo.

Ela olha para Vitor que estava brincando com um pedaço de pano velho.

— Ei garotão vamos dormir?

Ele se levanta, joga o pano de lado e vai até Isa.

— Aqui não tem colchão, não consigo dormir se não abraçado com você.

— Deixa que eu resolvo. —Disse Richard.

Ele empurra outro sofá que havia na sala e junta com o que estava Isa, formando uma cama improvisada.

— Pronto.

Richard coloca Vitor ao lado de Isa deitada no sofá. Ele pega o facão e fala.

— Durmam bem!

Isa abraça Vitor e fala.

— E você?

Richard abre um sorriso e fala.

— Vou ficar de vigia, relaxa eu estou sem sono.

— Ok e obrigada Richard, você é bom, não esperava encontrar ninguém assim nesse fim de mundo.

Richard ainda com o sorriso aberto fala.

— Sempre há exceções. Boa noite!

Eles vão dormir e Richard fica na janela com seu facão em punho, ia ser mais uma noite sem dormir, mas por uma boa causa, ele olha novamente aquele céu estrelado e pensa em sua filha, consigo mesmo ele fala.

— Amanhã eu volto pra você filha, sei que você vai entender.

E de manhã Isa acorda e Richard já estava com umas olheiras, mas de pé em seu posto.

— Bom dia Richard.

Ele boceja e fala.

— Bom dia.

— Você tem que dormir um pouco, está com olheiras, está a quanto tempo sem sono?

— Eu estou bem, essa foi a segunda, que bom que você dormiu bem.

Ele tenta caminhar, sente uma fraqueza e se senta no chão.

— Você está bem mesmo?

Ela dá um tapa na própria cara e se levanta.

— Estou! Já consegue andar?

— Ainda não, —ela tenta botar o pé no chão— Ainda doí quando tento andar.

— Eu vou pegar alguma coisa pra você.

— E sua família Richard?

— Não posso te abandonar, vou pegar umas coisas e passar lá, já volto com comida.

Isa preocupada, mas sem ter o que fazer apenas disse.

— Ok. Tome cuidado.

— Sempre!

Richard via até o banheiro e joga água no rosto para ficar acordado e sai. Ele vai até onde ocorreu o incêndio na esperança de encontrar alguns de seus antigos suprimentos, mas ao entrar só viu corpos queimados e junto a eles estavam os suprimentos também queimados, Richard respira fundo e continua sua caminhada pela cidade, ele encontra um super mercado com as portas arrombadas, ele adentra devagar e se depara com dois caras pegando toda a comido do local.

— Ei! —Disse Richard.

Os caras se viram rapidamente, puxando suas facas e um deles fala.

— Sai fora cara essa comida é nossa!

O outro exclama.

— Isso aí, cai fora!

— Calma aí, —disse Richard— tem muita comida só pra vocês dois.

O primeiro fala já com ignorância.

— Não é só pra gente otário, a namorada do meu amigo aqui está gravida.

Richard fica surpreso e fala.

— Eu também tenho mais de uma boca pra alimentar, cinco no total, mas eu acho que podemos dividir, —ele tira a mochila das costas— só quero essa mochila cheia, o resto é de vocês.

O que tem a namorada olha para o outro e fala.

— Eae João?

— Fica quieto. —Ele olha para Richard— Já disse que tudo nosso, vaza daqui cara, nós somos dois e você só tem um facão!

Richard respira fundo e fala.

— Vamos caras, não sejam cabeças duras, é só um pouco.

— Você quer ser esfaqueado cara? Dá o fora rápido!

Richard retira a arma de Isa da cintura, aponta para eles que ficam surpresos.

— Eu avisei, não queria que chegasse a esse ponto, mas vocês me obrigaram.

Um deles joga a faca no chão e fala com medo.

— Calma cara, eu não posso morrer, serei pai, pode ficar tudo.

O outro fala.

— O que você está fazendo Alberto?

— Ele tem uma arma João e eu não quero morrer!

— Eu não quero atirar, só encher essa mochila.

João hesita um pouco mas abaixa a faca e fala.

— Sua sorte é essa arma.

Eles abrem espaço para Richard e ele pega tudo que pode e sai dali aliviado, no caminho ele olha para a arma descarregada e fala.

— Quem diria?

Ele chega na casa.

— Encontrei bastante comida, dá pra você e seu filho.

— Que sorte que você teve.

— Sua arma me foi útil.

Ele tira metade da comida e a fecha, coloca nas costas e fala.

— Eu já volto.

Isa já estava abrindo algumas embalagens e dando pro seu filho até que pergunta.

— Aonde você vai?

— Levar essa parte par minha família, mas eu já volto.

— Beleza.

Richard vai até o local onde estava sua família e ao chegar lá José o recebe bravo.

— Onde você esteve?

— Estava sendo útil, lembra?

Julia vem correndo e abraça Richard.

— Onde esteve papai? O vovô disse que você tinha morrido!

— O que? Nunca filha, eu estou bem e trouxe comida pra vocês.

Julia abre um grande sorriso e fala.

— Oba! Estou cheia de fome!

Julia já começa a comer alguns pães e Richard bravo com seu pai diz.

— Por que você disse isso pra ela?

— Você estava demorando e eu apenas abri os olhos da minha neta sobre nossa realidade.

— Nunca mais fale isso pra ela entendeu?

— Ela precisa aprender a ser forte, não um fraco como o pai.

Richard dá um sorriso debochado e fala.

— Você não sabe de nada.

Ele vai até Julia e fala.

— Filha, eu vou dar outra saída, mas juro que não demoro.

— Eu não quero que você vá!

— Eu juro que vou voltar amanhã docinho.

— Aonde você vai?

— Estou ajudando uma pessoa boa, sei que você vai me entender. Ok?

— Ok, mas volta logo tá?

Richard abraça e beija sua filha.

— Tá.

Richard volta a caminhar agora de volta para Isa, já estava quase no final da tarde e ao chegar lá, vê Isa brincando com Vitor, ela tinha uma almofada cortada em formato de fantoche e Vitor ria muito e Richard soltou um pequeno sorriso ao ver aquela alegria toda, Isa ao notar que ele havia chego fala.

— Que bom que chegou, a casa onde sua família está é um pouco longe, demorou.

— Fui o mais rápido que pude, sorte que não encontrei muitas daquelas coisas e sua perna?

— Está melhorando, já consigo mexer sem muita dor.

Richard cansado se senta no sofá.

— Que bom.

Richard começa a fechar os olhos, mas se dá um tapa para acordar.

— Você está muito cansado Richard, durma um pouco.

Ele se levanta coloca um sorriso na cara e fala.

— Estou bem, vou já está escurecendo, vamos arrumar as coisas, pra você descansar.

— E você?

— Já disse que estou bem.

Ele arruma tudo, Isa vai dormir com seu filho e novamente de vigia, dessa vez quase desmaiando e ao amanhecer e Isa acordar vê Richard comendo umas bolachas.

— Bom dia Ri.

As olheiras de Richard estavam bem grandes e ele fala.

— Que bom que acordou, dormir bem?

— Sim e você também devia.

Ele dá uns passos e desequilibra e se senta no chão.

— Eu estou bem já disse.

Encosta a cabeça na parede e fala como se estivesse drogado.

— Eu só preciso encostar minha cabeça assim e vou ficar melhor.

Os olhos de Richard começam a se fechar e Isa fala.

— Pode deitar aqui no sofá, eu já estou melhor e...

Quando ele percebe, Richard estava roncando, sentado no chão com a cabeça na parede ele adormeceu.

Ela sorri e fala baixinho.

— Bons sonhos meu salvador.

Richard dormiu a tarde toda e ao acordar vê Isa caminhando e mancando ele nota que ele acordou e fala.

— Dormiu bem aí no chão?

Richard limpa os olhos e vai se levantando.

— Melhor do que nunca.

— Que bom, eu falei que você precisava de uma boa noite de sono, ou no seu caso, uma tarde de sono.

— Verdade. Eu prometi pra minha filha que eu voltaria hoje.

— Você pode ir quando quiser, eu já estou até conseguindo andar mancando, mas andando.

— Você melhora rápido, isso é bom, mas eu vou ficar mais essa noite aqui pra garantir que estará tudo bem.

— Ok.

Nessa hora Vitor chega perto de Richard com o fantoche na mão e o dá para Richard.

— Acho que ele quer que você brinque Ri.

Richard pega o fantoche.

— Ah é? Bom vou fazer um mini teatro pra vocês, fazia para minha filha quando mais nova.

— Essa eu quero ver. —Disse Isa com um sorriso.

Richard arruma o sofá para ficar atrás dele e fazer o teatro, ele conta através dos fantoches improvisados a história dele e da Isa, mas contou de uma maneira cômica que fez a própria Isa cair na risada junto a seu filho, já estava tarde e de tanto brincar Vitor já estava capotado nos braços de Isa, ela deita junto a ele e Richard vai ficar de vigia dessa vez sem olheiras e descansado. Na manhã seguinte Isa acorda e ajuda Richard com as coisas dele e na porta da casa ele fala.

— Vem comigo Isa, somos mais fortes juntos!

— Eu não sou muito de ficar com muitas pessoas, e eu ainda não estou completamente boa, só ia atrasar seu lado.

— Você jamais seria um peso morto.

— Pois é, você é uma boa pessoa Richard de Castro, espero que fique bem com sua família.

— Você e seu filho também.

— Espero que um dia nossos caminhos se cruzem de novo Ri.

— Eu também espero!

Vitor vai correndo, abraça Richard e fala.

— Tchau.

— Tchau garotão, cuida da sua mãe.

— Sim!

Richard começa a andar e acena para Isa e ela o retribui, caminhando com um sorriso no rosto de volta para sua família e com o pensamento diferente, realmente as coisas mudaram, muitas coisas ruins estavam por vir, mas também muitas boas e quando cada uma ia chegar? isso só o tempo dirá, por enquanto Richard havia finalmente chegado para ficar em sua casa com sua filha.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo