Capítulo 03

Algumas horas passaram e Daniel estava em frente ao espelho em seu quarto esperando o melhor momento para sair rumo ao velório de Júlio na igreja da cidade sem que ninguém o visse, o mesmo pretendia ir até ao velório para poder despedir-se mesmo que fosse a distância. Até que de repente o mesmo escutou o som de três toques em sua porta que logo despertaram sua atenção. Prontamente o mesmo virou-se, caminhando em direção à porta que até então estava fechada. A passos lentos Daniel alcançou a porta que logo girou a maçaneta, e lá estava sua prima e melhor amiga Rimema, a filha de Constância Maria.

_ Rimena._ Disse com feição de espanto. _ O que faz aqui? indagou completando.

A linda moça de cabelos castanhos e longos, olhos castanhos e grandes suspirou exalando tristeza e de seguida disse.

____ Já soube do que aconteceu, e sei o quanto amava Júlio Valência e o quanto ele o amava também. Dizer que entendo sua dor séria uma mentira, pois não saberia o que faria caso perdesse Heitor, meu amor. Tudo que posso dize-lo é que estou aqui e comigo podes contar, sempre.

Naquele momento dos olhos de Daniel escorreram lágrimas e sem existar o mesmo abraçou rapidamente Rimema, que não se conteve em lágrimas, enquanto retribuia o abraço de seu primo. Após o abraço demorado, ambos se desvencilharam limpando de seguida às lágrimas em seus rostos.

__ Entre._ Disse Daniel puxando Rimema para o interior de seu quarto.

Rimema sentou-se à borda da cama, e Daniel puxou a cadeira da escrivaninha onde sentou-se de seguida. Naquele momento o vento fresco e húmido entrava pelas janelas abertas fazendo às cortinas esvoaçarem pelos lados, bem como trazendo o perfume das rosas do jardim ao redor do casarão.

__ Mamãe e meu irmão Rhodolfo foram estão lá na sala, eles vão ao velório na igreja da cidade juntamente à seus pais, imaginei que fosse precisar de minha ajuda.___ disse Rimema.

_____ E vou precisar sim, tenho que me despedir de Júlio, pior agora que meu pai pretende m****r-me para Portugal está noite.

_____ Mas porquê?

_____ Ele têm medo que eu conte para para todos que foi ele quem matou Júlio.

Atônita Rimena levantou-se de imediato da borda da cama.

_ Então quer dizer que não foi Júlio quem tentou mata-lo? perguntou. ____ Pois é isto que está a circular pela cidade de Rosa Branca, que seu pai sofreu um atentado do filho do capataz da Fazenda.

____ Claro que não Rimena , eu estava lá e presenciei tudo, foi meu pai quem matou Júlio a sangue frio. Porquê motivo Júlio tentaria matar meu pai?

____ vosmicê têm razão, Júlio jamais teria coragem de tirar a vida de alguém, mas seu pai sim.

Rimema começou a ficar com à respiração ofegante, à mesma caminhou em direção ao espelho, onde agarrou forte as duas bordas da cômoda, ficando de cabeça baixa e olhos fechados . Por trás Daniel aproximou-se com feição de preocupação colocando de seguida sua mão por trás do ombro dela.

__ Rimena, vosmicê está bem?_ perguntou. _ De repente ficaste pálida. ____ concluiu.

Dos olhos fechados de Rimena começaram a escorrer lágrimas acompanhadas do som do seu choro e nariz fungado, o que aumentou ainda mais à preocupação em Daniel atrás de si.

Rimena, Rimena. insistiu.____ fale comigo por favor, estou começando à ficar ainda mais preocupado.

Naquele instante, Rimena começou a erguer lentamente sua cabeça, até deixar evidente o reflexo de seu rosto ao espelho. Daniel afastou Para o lado direito para poder vê-la melhor, no que o fez perguntar-lhe novamente o motivo da sua mudança repentina.

_____ Acho que está na hora de vosmicê saber de toda à verdade, a verdade que escondi e me atormentou por muito tempo, algo que tenho vergonha e nojo de mim mesma.

Daniel arregalou seus olhos e de seguida perguntou.

De que verdade vosmicê está à falar?

Desde meus 14 anos eu sou violentada e sofro calada com isso. Afirmou aumentando à intensidade de suas lágrimas. eu juro que não quis, eu juro Daniel, ele me obrigou, chegava até à ameaçar matar você, e todo mundo que eu amo caso eu contasse para alguém.

__ Como assim Rimema?_ indagou incrédulo. _ vosmicê não é culpada pelo erros desse homem, muito pelo contrário à vítima és tu, mas agora me fale, quem é esse homem e porquê ele me usou para cometer esse acto sujo contra vosmicê?

Lentamente Rimena virou-se para trás tomando a atenção de Daniel que esperava sedento por uma resposta sua.

__ Fala!__ Esbravejou Daniel. Quem foi o homem que fez isso contra você, tenho a máxima certeza que não é Heitor.

lágrimas caíam do olhos de Rimena e ela nada conseguia dizer por mais que este fosse seu maior desejo naquele momento, até que Daniel começou à juntar os pontos, lembrando todas às vezes em que Rimena se recusava à estar em ambientes que seu pai Afonso estivesse, das vezes em que ela esquivou o que parecia ser um simples beijo na testa daquele que era seu então tio.

Agora tudo faz sentido._ afirmou Daniel de olhos arregalados._ Foi ele, meu pai quem te violentou.

Sim, foi ele, Afonso Azarova é o grande causador da minha desgraça. Cuspiu Rimena às palavras entaladas em sua garganta._ E isso teve consequências, ele havia parado,mas a dois meses atrás ele voltou a violar-me.

Enquanto isso acontecia, Constância Maria de vestido preto, subia às escadas rumo ao quarto de Daniel com intuito de chamar Rimena, enquanto andava pelo corredor a mesma começou a escutar vozes altas, o que acabou tomando sua atenção, rapidamente constância intensificou seus passos seguindo o som das vozes, até que à mesma chegou a porta do quarto de Daniel onde conteve-se ao toque, após prestar atenção em toda à conversa que lá havia.

__ Consequências?_ indagou Daniel dentro do quarto.

A violação cometida pelo crápula de seu pai contra mim, resultou nisso. afirmou colocando sua mão por cima de seu ventre, fazendo com que Daniel arregalasse ainda mais seus olhos.

__ Você está grávida?_ indagou Daniel e naquele exato momento constância adentrou ao quarto, fazendo com que todos que lá estavam presentes tomassem sua atenção com feição de susto.

Mamãe. Afirmou Rimena.

Capítulos gratis disponibles en la App >

Capítulos relacionados

Último capítulo