Capítulo 37 – Verdades e feridas

Quando ouvi isso, senti como se o ar tivesse saído dos meus pulmões. Ele continuou, os olhos perdidos na foto de Miguel sobre a lareira:

— Prometi a ele, meses atrás, diante do seu túmulo. Que você conheceria toda a minha verdade. Mesmo que... Suas mãos apertaram as minhas. — Mesmo que essa verdade te assuste.

Do lado de fora, o vento uivava nas vidraças. Dentro, só ouvia o sangue pulsando em meus ouvidos.

— Conte-me — respondi, surpresa pela firmeza da minha voz.

Ele sorriu, um sorriso triste que nunca lhe vira.

— Então sente-se, minha fada. Porque esta história começa com dores e humilhações de duas crianças e termina com sangue e arrependimento.

E enquanto puxava a cadeira para mim, a Glock reluzindo ainda em seu colo, e o seu notebook ligado esperando o sinal das meninas, entendi que o homem que eu amava tinha sombras mais profundas que Manhattan à noite.

Rafael ergueu a Glock como quem examina uma relíquia amaldiçoada. Quando falou, cada palavra era uma facada no silênc
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